Saeg espera por maior poder sobre investimento na água com aditivo

Presidente afirma que Companhia não tem recursos para investir atualmente; vazamentos e rompimentos de tubulações geram falhas no abastecimento

Luciano Passoni, novo presidente da Saeg, que espera maior alcance após aditivo (Foto: Leandro Oliveira)
Luciano Passoni, novo presidente da Saeg, que espera maior alcance após aditivo (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Entra ano, sai ano e os problemas com vazamentos de tubulações de água e rompimentos de adutoras continuam. A Saeg (Companhia de Águas, Esgoto e Resíduos de Guaratinguetá) confirmou que não tem recursos para investir em condições melhores para o abastecimento da cidade. A rede de tubulações do município é antiga e a Companhia trabalha com reparos emergenciais quando há problemas.

As falhas, causadas por problemas elétricos ou hidráulicos, podem gerar interrupção no abastecimento de água em alguns bairros da cidade de forma esporádica. Até o momento, foram 11 interrupções causadas por vazamentos ou rompimentos ao longo deste ano. A mais complexa foi no Engenheiro Neiva, que ficou sem água por mais de 24 horas.

Sem recursos para investir, a Saeg tem se mantido sem modernização, como afirmou em entrevista ao Jornal Atos, o presidente da Companhia, Luciano Passoni. Desde a última gestão municipal, encerrada em 2016, não há poder para investimento financeiro, segundo o responsável pela Saeg.

“De lá para cá, só fizemos o arroz com feijão para nos mantermos vivos. Nada foi modernizado nem atualizado. A capacidade de investimento, de fato, não pode ser contabilizado. A partir do termo aditivo e do equilíbrio econômico desse contrato e das finanças da Saeg, a gente retomará a capacidade de investimento mediante a um fluxo de caixa. A gente vai passar a não fechar no vermelho e com isso começamos a pôr dinheiro no caixa e promover ações”, afirmou.

Passoni salientou que as ações, obras, não são baratas, mas já existe um cronograma de medidas a serem tomadas em um primeiro momento. Questionado sobre soluções para os problemas atuais de vazamento de tubulações e rompimentos de adutoras e suas respectivas soluções, o presidente da Saeg afirmou que não há falta de água no município. “Eu vivi em 2012, como superintendente do Semae (Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto) de São José do Rio Preto, uma seca que atingiu todo o Estado e propiciou falta de água. A companhia não tinha água para colocar na rede para os cidadãos fazerem uso. Hoje a gente diz, tecnicamente, que a água não falta, ela só não chega nas residências por problemas elétricos ou hidráulico”.

De acordo com o presidente do Saeg, o número de vazamentos registrados no município está dentro do tolerável pela Companhia. Há um controle do percentual de vazamentos registrados. “Quando você encontra 40 vazamentos para um percentual de 45 mil ligações, não dá nem 0,04%. Ele é baixo, de fato. Mas ele impacta na vida do cidadão porque ele despressuriza a rede e a água não chega na casa”, concluiu.

Reflexo –Para a estudante Larissa Dias, do Engenheiro Neiva, a falha no abastecimento da região interferiu pouco no seu cotidiano. “Ouvi na rádio que teve um vazamento. Depois vi em uma rede social que era para economizar água e acabamos fazendo isso. Foi de um dia para o outro, mas não teve grande transtorno”.

O comerciante do Pedregulho, Rodrigo Soares, ficou sem água devido a um rompimento de tubulação na rua Xavantes. “A gente entende que isso acontece, que somos avisados para economizar água, só que esse tipo de coisa não pode ser normal. E se demora mais tempo para corrigir os vazamentos? Pedregulho é quase uma cidade, um problema como esse afeta muita gente”.

O prefeito Marcus Soliva (PSB) foi indagado sobre como ele, enquanto líder do Executivo, vê o problema financeiro da Saeg. Soliva saiu em defesa do aditivo com a Guaratinguetá Saneamento para o tratamento do esgoto, citado por Passoni. “O aditivo dará saúde financeira à Saeg e aí será possível investir. As tubulações são antigas, algumas com mais de cinquenta anos”, destacou.

O aditivo, citado por Passoni e Soliva, é negociado entre as companhias e pode ser assinado em até quatro meses.

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