Operação Empréstimo Consignado investiga desvio de recursos da Codesg em Guará
Polícia Civil faz busca e apreensão de documentos que apontam para desvio de R$ 500 mil feito por funcionária da autarquia desde 2015
Andréa Moroni
Guaratinguetá
O Secold (Setor Especializado no Combate à Corrupção, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro) da Delegacia Seccional de Guaratinguetá realizou, na quinta-feira (16), a fase externa da Operação Empréstimo Consignado, que investiga o desvio de recursos públicos na Codesg (Companhia de Desenvolvimento de Guaratinguetá).
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, sendo um deles na sede da Codesg. De acordo com o inquérito policial, foram identificados elementos que indicam que uma servidora da autarquia efetuava diversos lançamentos a título de salário em seu próprio benefício, aumentando seus rendimentos ao longo dos últimos anos.
A investigação também reuniu provas que sugerem que a pessoa investigada realizou empréstimos consignados fraudulentos, forjando a documentação necessária para que os valores emprestados não fossem descontados do seu salário.
Somando-se as quantias relacionadas aos empréstimos fraudulentos e aos lançamentos indevidos a título de salário, estima-se que foram desviados cerca de R$ 500 mil da Codesg. As ações da funcionária podem caracterizar os crimes de peculato, falsidade ideológica, falsidade de documental.
Segundo o Secold, não há indicação de que a funcionária acusada tenha contado com o auxílio de outros servidores públicos. A apuração terá sua sequência com o apoio do diretor presidente da Codesg, João Vaz. Os objetos apreendidos serão analisados pelos investigadores e pela Polícia Científica.
O diretor presidente da Codesg, João Vaz, explicou que os desvios começaram a ser investigados em setembro de 2022. “Quando assumi, pedi que os diretores apresentassem o fluxo de trabalho de cada departamento para que fosse feita uma adequação à nova forma de gestão que estava implantando”.
Irregularidades no processo da folha de pagamento – “Uma colaboradora fazia toda a alimentação do sistema e ela mesma autorizava a transmissão das informações. Isso não é correto porque a pessoa fica exposta a situações que podem se tornar irregulares. No primeiro mês, já identificamos lançamentos suspeitos, abrimos uma sindicância interna, colocamos a colaboradora em férias e determinamos ao nosso departamento jurídico que comunicasse o caso ao Secold”, declarou Vaz.
Com os dados da sindicância, o diretor presidente abriu uma queixa-crime na Polícia Civil para que o caso fosse investigado. Vaz revelou que foi feita busca e apreensão na casa da colaboradora e na sede da Codesg. “A Justiça determinou também o afastamento da colaboradora até o fim das investigações. A autarquia tomou todas as providências para denunciar um desvio, que vem acontecendo desde 2015. Vamos iniciar agora um processo administrativo para concluir esse caso, com as providências jurídicas e legais necessárias”, frisou o diretor.