Motoristas desaprovam reinstalação de radar móvel em Guará

Multas são prometidas para o inicio de janeiro; Câmara teme retorno de ‘fábrica de multas’

Placa sinaliza limite de velocidade na JK, que também será monitorada por radares móveis e fixo (Carlos Pimentel)
Placa sinaliza limite de velocidade na JK, que também será monitorada por radares móveis e fixo (Carlos Pimentel)

Lucas Barbosa
Guaratinguetá

Mesmo com a desaprovação de grande parte da população, a Prefeitura de Guaratinguetá retomou na última segunda-feira a fiscalização de velocidade, com radares móveis em diversos pontos do município. Também contrária ao modelo de fiscalização, a presidência da Câmara teme que os equipamentos funcionem como ‘fábricas de multa’, prejudicando a população e turistas.
De acordo com a Prefeitura, após recente processo licitatório foi assinado um contrato de um ano com uma empresa, que não teve o nome divulgado, que locou um radar móvel e dois fixos. Além da ‘identidade’ da empresa, o Executivo também não revelou o valor do contrato de locação dos equipamentos.
Até o dia primeiro de janeiro de 2016, a operação funcionará em caráter de divulgação, já a partir do dia 2 os motoristas começarão a serem penalizados, caso não respeitem o limite de velocidade do trecho.
Segundo a Diretoria de Trânsito de Guaratinguetá, a medida tem como principal objetivo dar segurança aos motoristas, pedestres e ciclistas do município. A Diretoria afirmou que quando foi implantado o sistema de radares entre agosto de 2014 e maio deste ano, o número de acidentes de trânsito registrou uma queda de 35%.
O ‘discurso’ da Prefeitura de que a instalação dos equipamentos buscam trazer mais segurança no trânsito, parece não ter convencido grande parte da população, que vem se manifestando nas redes sociais contra a volta dos radares, principalmente o móvel. “Essa ‘conversinha’ de que é para diminuir o número de acidentes não me convence nem um pouco. Nesse ano, meu genro tomou multa duas vezes no mesmo lugar porque colocaram o radar móvel praticamente numa curva que ninguém o enxergava. O que a Prefeitura quer é o dinheiro da multa, o povo não é bobo não”, afirmou o educador físico Rodrigo Martins, 31 anos, morador do Campo do Galvão.
Um taxista, que preferiu não se identificar temendo represálias, criticou o limite de velocidade exigido pela Prefeitura em alguns pontos da cidade. “Colocar 50 Km\h na Avenida JK e na Avenida Presidente Vargas é sacanagem. O transito ali já é horroroso, agora acho que vai piorar. Não sou contra ter radar fixo, mas acho esses moveis bem suspeitos. Já tive colegas que tomaram multa e nem viram em que pedaço da avenida que estava o radar”.
Legislativo – Há três meses, o Jornal Atos publicou uma matéria sobre a reclamação de moradores diante a colocação de radares móveis na área central de Guará. Além dos motoristas e motociclistas, o presidente da Câmara, Marcelo Coutinho, o Celão (PSD), também criticou a atitude do Executivo em utilizar equipamentos móveis. Na ocasião o chefe do Legislativo revelou as constantes queixas de moradores que chegavam quase diariamente em seu gabinete e classificou a medida como uma ‘fábrica de multas’.
Após a reutilização do serviço, Celão prometeu em breve apresentar um documento na Casa, para tentar ‘convencer’ o prefeito a voltar atrás. “Não sou contra a instalação de radares, mas sim de radares móveis que infelizmente não possuem nem sinalização prévia. A Prefeitura tem que colocar placas indicando os pontos que existem os radares, porque além de moradores, muitos turistas podem ser prejudicados por não existir nenhuma sinalização nestes pontos”, finalizou.

 

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