IBGE mostra queda do desemprego, mas busca por vagas ainda enfrenta entraves primários

PAT na região identifica problemas como a falta de qualificação de profissionais que tentam voltar ao mercado

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População durante atendimento ao PAT de Lorena; procura pelo serviço tem aumentado na região (Foto: Jéssica Dias)

Caroline Meyer
Região

O desemprego ainda domina o cenário nacional, apesar do recuo registrado nos primeiros meses do ano. Situação que se repete nas cidades da região. Na busca por uma alternativa muitas pessoas procuram os PAT’s (Posto de Atendimento ao Trabalhador), que abriram vagas na última segunda-feira, a maioria delas no setor comercial.

Um levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) destacou que o início de 2018 tem sido de melhora na recuperação do mercado. O índice de desemprego registrou recuo de 13,1% para 12,9% entre janeiro e março no Brasil, a primeira queda do desemprego após três altas consecutivas. No País, o número de pessoas em busca de emprego caiu no período de 13,7 milhões para 13,4 milhões.

A notícia impulsiona o humor do mercado, e na região não parece ser diferente. Quem está sem emprego busca alternativas, mas uma das principais dificuldades ainda é a falta de qualificação.

Essa também é a avaliação feita por quem faz o atendimento. Segundo o diretor técnico do PAT de Pindamonhangaba, Sérgio Ricci, questões envolvendo familiares e aspectos comportamentais e a falta de preparo dos candidatos ainda são um dos maiores problemas enfrentados pelo PAT no redirecionamento de vagas. “Trabalhamos as vagas que são disponibilizadas, mas nem sempre conseguimos conciliar o perfil dos candidatos com o perfil da vaga, que devido a demanda de mercado de trabalho está cada vez mais exigente. Lógico que observamos um despreparo de grande parte dos candidatos, principalmente quanto as questões comportamentais”.

Quem procura o PAT, além das vagas, tem acesso também ao sistema de qualificação oferecidos pela secretaria do Emprego e Relações do Trabalho, em parceria com as prefeituras. No PAT, o Programa Time do Emprego, dá orientações na elaboração de um currículo adequado e direcionado, entrevistas e ainda auxílio na preparação em questões comportamentais para quem vai participar dos processos seletivos.

Em Pindamonhangaba, a concentração de procura pelo PAT é de pretendentes a vagas no setor da indústria e construção civil (no caso homens) e prestação de serviços e comércio (mulheres). Atualmente, o posto conta com vagas abertas para auxiliar de classe (ensino superior em pedagogia), auxiliar de fundição, costureiro, cozinheiro, gerente de loja, instalador de alarmes, instalador de vidro (parabrisa), limpador de piscina, mecânico de motor a diesel, motorista de betoneira, operador de caixa, operador de pá carregadeira, supervisor de loja e técnico eletrônico.

Em outras cidades, a busca também é grande. Dados recentes do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) revelam que até o mês de abril houve a criação de mais de 115,8 mil de empregos com carteira assinada. Entretanto, o mesmo estudo também aponta que o setor que mais tem contratado é o de serviços. Em uma rápida observação na fila de atendimento do PAT de Lorena é possível encontrar exemplos práticos da falta de contratação no setor industrial. “Vim aqui dar entrada no meu seguro desemprego. Fui mandada embora da Yakult, onde eu trabalhava como auxiliar de produção” relatou Camila Moreira, 22 anos.

O PAT da cidade abriu vagas de caseiro, empregada doméstica serviços gerais, mecânico de autos, promotor de vendas e vendedor externo.
Há ainda casos como o de Juliana Battagini, que perdeu o emprego como auxiliar no setor de engenharia química da Tecnoval, empresa produtora de embalagens em Lorena. “É muito difícil conseguir ser contratada por essas grandes empresas. Se não há a indicação você não é chamado nem para o recrutamento da primeira fase da seleção”, afirmou a jovem de 27 anos.

A angústia pela falta de retorno das empresas e do próprio PAT é um problema que também incomoda o empilhadeirista Flávio Aquino. Ele está à procura de um emprego há cinco meses, e mesmo possuindo um curso pelo Senai se habilita para todos os setores. “Estou disponível até para auxiliar de cozinha. Já é a terceira vez que venho aqui e eles não me dão nenhuma resposta”, contou o senhor de 55 anos, que largou a faculdade de contabilidade para ser operador de VT na Globo, mas hoje enfrenta problemas para voltar ao mercado. “Tenho um irmão esquizofrênico que depende de mim para tudo, e é por isso que eu não vou procurar emprego em outras cidades”, desabafou.

Na região, há vagas também em outras unidades do PAT, como Guaratinguetá, que tem assistente de negócios de seguros, jardineiro, operador de caixa, operador de linha de montagem (aparelhos eletrônicos), pizzaiolo e técnico de manutenção eletrônica.

Em Cruzeiro são trinta vagas para alimentador de linha de produção, eletricista de manutenção eletroeletrônica, instalador de tubulações, servente de obras e vendedor em domicílio. Outras duas vagas estão abertas em Cachoeira Paulista para farmacêutico e recepcionista de hotel.

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