Funcionárias denunciam meta por infrações na Zona Azul de Guará

Grupo afirmou que cada fiscal de empresa contratada precisa bater R$ 400 por mês; AC Park nega cobrança

Parquímetro instalado na região central de Guaratinguetá; empresa responsável pelo serviço é acusada de assédio moral por funcionários (Foto: Leandro Oliveira)
Parquímetro instalado na região central de Guaratinguetá; empresa responsável pelo serviço é acusada de assédio moral por funcionários (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Um grupo de funcionárias da empresa AC Park, responsável pelos parquímetros e fiscalização da zona azul de Guaratinguetá, denunciou a companhia. Ela seriam obrigadas pela empresa a bater uma meta de R$ 400 por mês com infrações.

As fiscais contam ainda que sofrem pressão psicológica da direção, e são monitoradas por GPS durante o horário de trabalho. “A gente tem uma meta mensal. Ao invés de abaixar o valor dessa meta, ele sempre aumentava. Eles (AC Park) nos passavam que quando o motorista sair do carro, desviar a rota do parquímetro e entrar numa loja para fazer algo que vai demorar só uns dez minutos, nós já temos que aplicar a multa. Esse valor de R$ 400 é para cada funcionária. Se a gente atingir essa meta, eles têm um lucro de R$ 4 mil por mês”, acusou uma ex-fiscal que preferiu não se identificar.

O grupo de funcionárias afirmou também que a direção da empresa exerce uma pressão emocional muito forte sobre elas. De acordo com os depoimentos, elas são monitoradas por GPS durante toda a jornada de trabalho, e não podem nem usar o banheiro de estabelecimentos comerciais próximos às áreas rotativas.

“Agora eles não estão deixando a gente tomar água nem ir ao banheiro. Somos vigiadas o dia inteiro. Quando o diretor vem de São Paulo é pior ainda, porque ele fica andando atrás da gente, cobrando nossas metas diárias de 20, 25 infrações. Quem está trabalhando lá hoje, está sofrendo. Eu passei por isso e vejo o que elas estão passando. É muita injustiça”, revelou outra funcionária.

Ainda de acordo com as denunciantes, elas recebem um valor abaixo do combinado e trabalham além da carga horária. Também se queixam da falta de benefícios, como pagamento de tíquete alimentação. Entre as reivindicações, estão também o pagamento do fundo de garantia que, segundo o grupo, não é pago. As fiscais garantiram que mesmo sem receber o dinheiro do fundo, elas têm o INSS descontado pela firma.

A AC Park respondeu à reportagem do Jornal Atos através de uma nota assinada por Daniel Foschini, diretor da empresa, que as denúncias não procedem. “Não existem metas pré-estabelecidas. Existe uma cobrança natural da empresa para o bom desempenho e andamento do sistema. Em primeiro lugar, o atendimento e informação ao usuário. Em segundo, oferta de produtos e meios de pagamentos do sistema, em terceiro lugar, mas não menos importante, a fiscalização do sistema”.

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3 comentários em “Funcionárias denunciam meta por infrações na Zona Azul de Guará

  • 29 de agosto de 2016 em 17:49
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    vergonha Guaratingueta, tanta gente querendo mandar, e não resolvem nada, atendimento em repartições da prefeitura, atendentes parecem ser acima que o prefeito que não toma atitude tambem, fiz varias denuncias a favor mas niguem se enteressou, vergonha para o municipio.

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  • 29 de agosto de 2016 em 19:04
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    Mas é claro que a empresa vai negar as informações da denúncia.

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  • 30 de agosto de 2016 em 19:17
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    Referente a matéria AC PARK O RESPONSÁVEL NAO RESPONDEU, APENAS COPIOU, não foi concreto na sua resposta, quiz passar a missão da empresa, no qual é uma vergonha o que está acontecendo, funcionários e população prejudicados pela ganância.
    Já tinha conhecimento desta denúncia por conversar com algumas funcionárias, porém devido ao escasso campo de trabalho, se sujeitam a fazerem o que a empresa obriga.
    Por terem uma ligação com a Prefeitura, deve se tomar providências desta vergonha.

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