FEG testa carros elétricos de baixo custo
Veículos que não produzem poluição sonora e não emitem gases são espectativa do automobilismo
Carlos Pimentel
Guaratinguetá
A FEG (Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá), por meio da Engenharia da Mobilidade Elétrica, está fazendo testes em carros elétricos, visando impulsionar o mercado destes veículos, principalmente os de baixo custo. O mais promissor é de tinta fotocondutiva, capaz de absorver a luz solar e a transformar em energia elétrica. Os testes estão sendo realizados nos veículos Kandi 5010, uma moto elétrica Kasinski (vermelha) e uma moto elétrica Thunder (azul).
Os testes estão sendo feitos pelo coordenador do Centro de Energias Renováveis da FEG, Teófilo Miguel de Souza, e alunos de doutorado. “A tinta tem espessura de uma folha de papel e traz um produto químico que a torna condutiva. É o nosso segredo industrial. Um veículo que custa quase R$ 60 mil e tem área exposta ao Sol em torno de 10 metros quadrados, o que poderia gerar, 1 kilowatt por hora de energia para a bateria, dobrando a autonomia do carro”, explicou Souza.
Desde os anos 1990 pouco se avançou em carros elétricos. Um dos maiores desafios é a bateria, que representa até 40% do preço e 50% do peso do veículo. Para carregar as baterias desses veículos elétricos estão sendo usados os painéis solares do Centro de Energias Alternativas. Há também a opção de carregamento rápido (20 minutos) usando a rede comum de 220 V.
Os carros não precisariam ficar até 13 horas recarregando em tomadas: a energia do Sol se encarregaria de “alimentar” os veículos. Para países tropicais como o Brasil, com média de seis horas por dia de luz solar, a solução poderia impulsionar o mercado dos elétricos.
Estes veículos têm a vantagem de não produzirem poluição sonora, não emitirem gases poluentes e de tamanho ideal para duas pessoas.
Para os pesquisadores da Unesp, os locais mais importantes para o uso dos veículos elétricos são o meio rural e as cidades de pequeno porte. A energia para o veículo elétrico é fornecida por painéis fotovoltaicos quando o mesmo estiver longe da rede elétrica convencional, principalmente no meio rural.
Silenciosos, não poluentes e baixo custo de operação são as vantagens de um veículo elétrico. A Unesp de Guaratinguetá investe em pesquisas nos primeiros veículos 100% elétricos para o Vale do rio Paraíba.
O professor estima quatro anos para terminar as pesquisas. “Se houver investidor privado, o tempo de desenvolvimento pode cair a um ano”, concluiu.
Carro Elétrico Kandi KD 5010
O modelo vem de fábrica com velocímetro, medidor de tensão das baterias, medição de rotação do motor, ar-condicionado, vidro elétrico, rádio com USB e freio a disco. O veículo desenvolve acima de 70 km/h, sem barulho, sem emitir gases nocivos, o que o torna ideal para o trânsito nas grandes cidades. Tem um porta-malas com capacidade para as malas e bolsas de 2 pessoas.
Internamente os bancos são de tecidos. Para movimentar o veículo, o motorista aciona um botão de comando com 3 posições, ré, neutro e frente. O motorista também usa dois pedais, o do freio e a do acelerador. É só acelerar e frear, como nos carros automáticos.
Moto elétrica Thunder
Este veículo tem um motor elétrico de 4 cv, acionada por baterias de lítio 72V-46Ah com as dimensões 2,18m x 1,15m x 0,85m. Capacidade de carga 200kg. Pode alcançar 120km/h e autonomia de 220 km.
Moto Kasinski Win Elektra
Este veículo tem um motor elétrico de 1,5 cv, com rodas aro 17” e freios a tambor acionada por baterias de chumbo 72V-20Ah com as dimensões 2,18m x 1,15m x 0,85m. Capacidade de carga 75kg. Pode alcançar 80 km/h.