Câmara lança aplicativo para reduzir distância com moradores

Projeto, que conta com compras de smartphones, gera renúncia de vice-presidência

Celão apresentou o aplicativo desenvolvido pela empresa Ágape (Arquivo Atos)
Celão apresentou o aplicativo desenvolvido pela empresa Ágape (Arquivo Atos)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Em meio à polêmica envolvendo a compra de 18 smartphones pela Câmara de Guaratinguetá, o aplicativo Olho da Garça foi lançado oficialmente. A ferramenta permite que vereadores e diretores da cidade se comuniquem em tempo integral sobre projetos e requerimentos, além de facilitar o diálogo entre a população e os parlamentares. O lançamento foi na última quinta-feira.
O aplicativo será disponibilizado para os sistemas Android e IOS e poderá ser baixado gratuitamente a partir da próxima sexta-feira. A princípio, serão disponibilizados downloads apenas pelo Google Play. A partir do dia 16, a ferramenta poderá ser baixada também pela Apple Store.
O presidente da Casa, Marcelo Coutinho, o Celão (PSD) deu detalhes sobre o funcionamento do aplicativo. “Se o vereador está fora da cidade e recebe uma reivindicação no domingo, simultaneamente, ele pode enviar essa solicitação ao departamento competente. Na segunda-feira, o diretor já transforma essa solicitação em indicação, requerimento ou ofício. Mesmo fora da cidade, o vereador faz a assinatura eletrônica e na terça-feira o documento será apresentado na sessão de Câmara”.
Sobre os 18 iPhones que serão usados pelos vereadores e diretores, Celão informou que os aparelhos ficarão à disposição em tempo integral. Questionado se os smartphones terão algum sistema que possa bloquear outros aplicativos de comunicação como WhatsApp, Facebook e Instagram, a resposta foi negativa. “Não posso ficar fiscalizando os vereadores. Todos sabem das suas responsabilidades e da real função dos celulares”.
O vereador que tiver um celular pessoal iPhone e não quiser utilizar os aparelhos da Câmara, não terá acesso a documentos internos da Casa. Mesmo assim, Régis Yasumura (PTB) abdicará das ferramentas. “Não vou usar o smartphone e também não vou usar o aplicativo. Eu tenho um celular que tira fotos e os munícipes podem fotografar e me mandar diretamente, pois eu passo meu número. Acredito que dá para conduzir assim até o fim do ano”, argumentou.
Yasumura era vice-presidente da Câmara e renunciou ao cargo nesta semana. O vereador contou que a “gota d’água” foi a aquisição dos aparelhos. “Nós sabíamos do pregão, mas não concordei com os valores. Por isso, achei melhor sair da mesa diretora”, respondeu. “O aplicativo vai facilitar algumas ações, mas nem todos têm esse tipo de aparelho sofisticado. Acredito que o vereador tem de estar na rua, ouvindo a população e conversando com os munícipes”.
O projeto para a aquisição do aplicativo teve início em 2014 e o custo inicial era de R$ 200 mil. Através desse aplicativo, a população poderá acompanhar mais de perto as votações e aprovações de projetos e requerimentos, além de ter a opção de realizar denúncias e solicitar reivindicações por meio dos vereadores. Já o investimento nos 18 iPhones é de cerca de R$ 49 mil.

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