Aumento do número de casos de escorpiões deixa moradores atentos em Guaratinguetá

População tenta combater infestação e cobra atenção; Prefeitura alerta sobre hábitos de descarte de lixo

Escorpiões, pesadelos de famílias; moradora parou de contar no 31 (Foto: Reprodução)
Escorpiões, pesadelos de famílias; moradora parou de contar no 31 (Foto: Reprodução)

Juliana Aguilera
Guaratinguetá

O aumento do número de escorpiões tem chamado a atenção de moradores de Guaratinguetá. O crescimento dos casos é comum nesta época do ano devido às chuvas, proliferação de baratas (alimento do escorpião), e o descarte incorreto de lixo. O cuidado é essencial, principalmente com os maiores grupos de risco como crianças e idosos.

Segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, em 2018 São Paulo bateu recordes de acidentes com escorpiões. O número é o maior nos últimos trinta anos. Ao todo foram registrados trinta mil casos, com 13 mortes confirmadas. Em 2019, até fevereiro, já foram confirmados quatro mil casos, com duas mortes. Já em Guaratinguetá, foram registrados 87 acidentes em 2018, e 31 em 2019.

Apesar do baixo número de óbitos, moradores se veem preocupados com a presença do animal peçonhento nas residências. A engenheira Cyntia Sampaio, 39 anos, mora na rua Luís Pereira de Carvalho, no Pedregulho, e acha pelo menos um escorpião todo dia, seja ele morto, dentro de casa, ou vivo, na calçada. “Eu tinha um potinho com 31 escorpiões, mas já joguei fora porque cansei de procurar pessoas públicas, mandar mensagens, e nada”, afirmou.

Cyntia explicou sobre a preocupação com o enteado de 17 anos que possui mobilidade reduzida. “Ele tem ossos de vidro (nome popular dado a osteogênese imperfeita, uma doença genética rara que deixa o paciente com os ossos tão fracos que eles se quebram até mesmo de forma espontânea). Minha preocupação é um escorpião entrar no quarto e ele não tem a mobilidade de sair correndo. Eu falo para ele não encostar na parede”, explicou. Como prevenção, Cyntia está sempre dedetizando a casa.

A moradora, que já chegou a encontrar escorpiões até mesmo no forro da casa, costuma passar veneno nas paredes até ficarem encharcadas. Outras vizinhas também reclamam.

A casa de Cyntia fica próxima de um cemitério, que seria um dos espaços preferidos dos escorpiões. Ela afirmou que o cemitério está abandonado, e que os moradores fazem a limpeza da calçada do local e jogam veneno. Havia também um terreno baldio com muito mato, mas o local foi limpo após notificação encaminhada à Prefeitura.

Segundo o médico veterinário da Vigilância em Saúde do município, Decarlo Cunha, para notificar sobre terrenos baldios o morador pode entrar em contato com a ouvidora geral pelo telefone 3133-3556 ou 3132-6229, de segunda à sexta-feira, das 11h às 18h, ou pelo e-mail ouvidoria@guaratingueta.sp.gov.br. A Prefeitura notifica o proprietário e, caso nada seja feito, realiza a limpeza e aplica uma multa.

Apesar da sugestão de que galinhas fossem postas no cemitério para diminuir a proliferação de animais peçonhentos, Cunha explicou que o método não é eficiente, pois galinhas tem hábitos diurnos e escorpiões noturnos. Questionado sobre a manutenção do mato nos cemitérios, o secretário de Obras Públicas e Serviços Municipais, Paulo Barros Filho, afirmou que a manutenção tem sido feita de forma efetiva.

Devido às chuvas, a manutenção, que costuma acontecer nos cinco cemitérios municipais está acontecendo duas vezes ao mês. Fora do período de chuva, ela acontece uma vez. “Temos procurado fazer a aplicação de alguns inseticidas periodicamente. É questão de limpeza urbana, o povo precisa jogar lixo no lugar correto”, afirmou.

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