Ativação de aeroporto de Guará pode liberar voos regionais em até noventa dias

Processo de desestatização tem previsão de definição até dezembro; Daesp confirma mobilização para antecipar voos de aviões menores para Guarulhos e Belo Horizonte ainda neste semestre

Em 2019, Marcus Soliva recebeu comitiva que debateu planos para “Edu Chaves”; assinatura acelerou processo de desestatização (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira
Guaratinguetá

Foi assinada a transferência do aeroporto de Guaratinguetá, “Edu Chaves”, ao Estado de São Paulo, na manhã da última terça-feira. A concessão será por um período de trinta anos. Antes de ser privatizado pelo Governo do Estado, o espaço será ativado para voos sub-regionais o que deve acontecer em até noventa dias. O “Edu Chaves” integra uma lista de 22 aeroportos regionais de São Paulo que serão privatizados até o fim do ano.

Na região, o aeroporto de Guaratinguetá é o único que integra o programa de desestatização, lançado pelo governador João Doria (PSDB). A intenção é fomentar o turismo em regiões do estado e alavancar rotas áreas para o fluxo turístico. A cidade foi escolhida devido à sua localização, por poder servir como escala ou ponto de decolagens e partidas para aeroportos maiores, como Belo Horizonte e Guarulhos, além da proximidade geográfica com Aparecida, que recebe mensalmente cerca de um milhão de turistas.

Atualmente, o processo para desestatização dos aeroportos está na reta final para definição de como será lançado o leilão para as empresas que vão gerenciar os espaços. De acordo com o superintendente do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo), Antônio Claret, os aeroportos foram divididos em dois blocos, um chamado Sudeste, onde está o “Edu Chaves”, e outro Noroeste. Os leilões serão feitos por grupos e não de forma individual. “Nós queremos fazer voos sub-regionais, aviação com pequenas aeronaves, fazendo conectividade de Guaratinguetá com Guarulhos, Belo Horizonte, fazendo a possibilidade de sair daqui com avião pequeno e ir em algum outro aeroporto que tenha estrutura maior, para dali sim, viajar para o mundo. A gente acredita nisso, porque para fazer o voo sub-regional, não precisaríamos de tanta adequação de estrutura”, citou Claret, que apontou negociações com o Aeroclube de Guaratinguetá e a Aeronáutica sobre navegação aérea.

O prefeito de Guaratinguetá, Marcus Soliva (PSB), afirmou que o município pode ceder áreas próximas ao aeroporto para o Governo do Estado, na contrapartida do Estado fazer cessões de prédios ou terrenos para o município, durante a ativação do “Edu Chaves” e o processo de privatização.”O Estado não tem verba para construir terminais de passageiros, isso seria mais para o processo de desestatização. A gente tem que ver áreas do aeroclube, que poderiam ser usadas de forma provisória até a construção de um hangar e de um receptivo turístico. De imediato estamos em conversa com o aeroclube e também com a possibilidade de algum empresário investir num terminal de passageiros, mas sabendo que ele tem uma concessão do governo por dois anos, podendo chegar a cinco anos”, concluiu.

Nos próximos dias a empresa americana IOS vai definir como será feito o edital do leilão dos 22 aeroportos.

 

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