Análise aponta água contaminada na hemodiálise do Frei Galvão

Administrador do hospital nega problemas na coleta, e acredita em perseguição

Hospital Frei Galvão
O Hospital Frei Galvão recebeu avaliação negativa na água utilizada na hemodiálise (Foto: Arquivo Atos)

Francisco Assis
Guaratinguetá

Uma avaliação da Vigilância Sanitária do Estado apontou contaminação na água utilizada no setor de hemodiálise do hospital Frei Galvão, de Guaratinguetá. Além da análise, a diretoria foi acusada de impedir o trabalho dos agentes.

O caso teria acontecido no último dia 1º, quando as equipes técnicas da Vigilância Sanitária Estadual e Municipal foram até o hospital para investigar o resultado de avaliação periódica na água coletada no local e levada para análise no Instituto Adolf Lutz, em São Paulo.

O exame constatou que a água utilizada para a hemodiálise teve “resultado insatisfatório para endotoxinas bacterianas”, o que provocaria risco para a saúde pública.

Com o resultado, os agentes foram até o Frei Galvão para nova inspeção sanitária, com o intuito de reavaliar as condições da água, além de prontuário de pacientes e documentações do hospital, que passou a fazer o atendimento do Pronto Socorro na cidade. De acordo com o relatório do ‘Adolf Lutz’, com as bactérias encontradas “existe risco iminente de morte para pacientes assistidos no setor de hemodiálise”, mas o trabalho dos agentes teriam sido impedidos pelo administrador do hospital, Gilberto Nering.

Em relatos à Polícia Civil, a equipe chegou a informar que Nering teria expulsado “aos gritos”, com ajuda de seguranças, os agentes, e colocados na rua. “Aos gritos, dizia ‘lá não é casa da mãe joana’, que quem manda é ele, que não tinham autorização para estar no hospital, e que os agentes sanitários estavam proibidos de entrar no hospital. Disse que a hora que ele quisesse, fechava a merda (sic) da ala de hemodiálise do SUS (trecho do depoimento da chefe de Vigilância do Município à Polícia)”.

Procurado pelo Jornal Atos, o administrador do Frei Galvão negou as acusações de ter impedido o trabalho da Vigilância. “Não aconteceu nada. Nunca impedimos a entrada da equipe da VS, até porque acho muito certo que se faça essa fiscalização. É uma obrigação, mas tem limites para isso”, respondeu Nering, que garantiu que dez funcionários do hospital acompanharam o serviço.

Nesta semana, uma nova visita está marcada pela avaliação da água utilizada na hemodiálise. “Isso acontece normalmente, aliás, toda semana tem fiscalização. Nós mesmos fazemos essa avaliação internamente, mas isso tudo é uma perseguição, certeza”, frisou o administrador, que acredita que o motivo dos problemas seria o fato de que o Hospital Frei Galvão passou a gerenciar o atendimento no Pronto Socorro. “A Santa Casa não funciona. Na época deles foram sete óbitos, já com o Frei Galvão, é zero óbito desde fevereiro. A Santa Casa pede dinheiro, nós trabalhamos”.

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