Thales garante fim de intervenção na Santa Casa de Cruzeiro ainda este mês

Após três anos de municipalização, hospital tem gestão compartilhada a partir de 2018

Familiares aguardam por atendimento de pacientes na Santa Casa de Cruzeiro (Foto: Arquivo Atos)
Familiares aguardam por atendimento de pacientes na Santa Casa de Cruzeiro (Foto: Arquivo Atos)

Rafaela Lourenço
Cruzeiro

O prefeito de Cruzeiro Thales Gabriel Fonseca (SD) anunciou que a intervenção na Santa Casa será encerrada até o final do mês. Após quase um ano de mandato, a expectativa para 2018 é de que a gestão seja compartilhada entre Executivo e Irmandade. A dívida milionária do hospital deve ser parcelada com o fim da intervenção.

A Saúde de Cruzeiro passa por altos e baixos com a intervenção da Prefeitura desde 2014, quando o então prefeito Rafic Simão (PMDB), que ocupava o lugar da afastada Ana Karin (PRB), implantou a intervenção municipal no atendimento. Após uma série de paralisações, crise financeira e previsões não cumpridas de desintervenção, 2017 se encerra com um balanço estabilizado, segundo o chefe do Executivo. “Iniciamos o mandato com a intervenção na Santa Casa, e a nossa intenção era que durante os 12 meses do primeiro ano nós fizéssemos a desintervenção. E assim está sendo feito”.

Apesar da afirmação de Fonseca de que o prazo estava dentro do esperado, em janeiro, em entrevista para o Jornal Atos, o prefeito destacou que a previsão para encerrar os trabalhos junto ao hospital seria de seis meses.

Para o chefe do Executivo, o ano foi um período para recuperar a credibilidade junto à população. A cidade voltou a atender os municípios do Vale Histórico e não registrou as recorrentes paralisações de médicos e servidores durante todo o primeiro ano de mandato. “A Saúde é um ‘calcanhar de Aquiles’ para qualquer governo, e Cruzeiro não é diferente. Mas estamos tentando manter tanto a folha dos colaboradores do hospital em dia quanto a parte médica. A Santa Casa é a primeira porta para as cidades do Vale Histórico, e estamos atendendo” frisou.

O término da intervenção é resultado do diálogo entre a secretaria de Saúde e a Irmandade. No processo, será implantada uma gestão compartilhada no hospital. A Irmandade gerencia por meio de uma superintendência, e o Município terá uma cadeira, já que investe aproximadamente R$ 850 mil mensalmente, a título do Pronto Socorro. “O Município faz o custeio do Pronto Socorro dentro da Santa Casa, e por razão deste investimento mensal, nós teremos uma gestão compartilhada”, revelou Fonseca.

A Santa Casa tem hoje uma dívida que gira em torno R$30 milhões. Já a dívida do Município com o hospital é de aproximadamente R$ 5 milhões, acumulada, segundo o prefeito, durante o governo Ana Karin. “A gente manteve o convênio em dia neste ano, diferente da gestão anterior. Ao final da intervenção, vamos propor um parcelamento para custear mensalmente essa dívida frente ao hospital. Então a gente sai do hospital já com uma previsão de pagamento da dívida do passado”.

Fonseca afirmou que atualmente o débito é administrável, e há parcerias firmadas com convênios privados que auxiliam na fluidez financeira.
A administração municipal busca junto aos governos Estadual e Federal um fomento financeiro maior. Com a visita do representante do Ministério da Saúde, Rogério Abdala, em novembro, Município e União firmaram um compromisso para melhorar a questão do financiamento da saúde pública, em especial a Santa Casa. Além do aporte, foi anunciada uma ambulância para o atendimento em Cruzeiro.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?