Saae mantém reajuste de 18,3% nas contas de Cruzeiro

Autarquia justifica reajuste na água com necessidade de novos investimentos; moradores protestam e cobram melhorias

Da Redação
Cruzeiro

Nem mesmo a revolta dos moradores foi o suficiente para fazer o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) reduzir o percentual de reajuste nas contas de água e esgoto, em Cruzeiro. A autarquia manteve em 18,3% o aumento das tarifas. A cobrança do novo valor teve início na conta de abril.
O Saae alegou que o reajuste está baseado no IPC-FIPE (Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) do período compreendido entre janeiro de 2014 a dezembro de 2015, que segundo o órgão corresponde ao percentual aplicado. Segundo a autarquia, o último reajuste foi em janeiro de 2014.
Com a crise econômica que atinge o País, em especial a cidade, que teve mais de cinco mil pessoas demitidas em 2015, os moradores temem que isso aumente as dificuldades. Em enquete realizada pelo Jornal Atos, em março, a população demonstrou insatisfação com os serviços da autarquia.
Na ocasião, a moradora do Jardim Paraíso, Michelle Motta afirmou não concordar com o reajuste devido à falta de melhoria do serviço. “Faz tempo que Cruzeiro não tem melhoria nenhuma nessa área. Eles falam que vão fazer e continua na mesma. Engraçado que na hora de aumentar a água, não lembram isso, né? É muito triste o que está acontecendo na nossa cidade, e ninguém faz nada para mudar isso”.
Para justificar o reajuste, a autarquia ressaltou a necessidade de novos investimentos emergenciais em fontes alternativas de captação de água. Atualmente, a cidade conta com quatro mananciais, que no período de estiagem sofrem redução no volume, o que compromete o abastecimento. Outra justificativa é de que no final de fevereiro, o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) expediu a autorização para início de uma perfuração de quatro poços artesianos, e para isso, são necessários altos investimentos.
A cidade projeta ainda o início de construção da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), dentro do planejamento emergencial para atender a demanda.
Uma audiência pública chegou a ser realizada na Câmara para debater o reajuste, mas o percentual de reajuste não foi reduzido. Para a autarquia, a tarifa cobrada no município é uma das mais baixas da região, se comparada às cidades que possuem autarquias como responsáveis pelo abastecimento de água.
Interrupção – Há duas semanas, cerca de 70% do município teve o abastecimento de água interrompido devido a um vazamento entre a rua Coronel José de Castro e a avenida Major Hermógenes. Sobre o episódio, a autarquia afirmou que a situação foi regularizada rapidamente.