Rafic volta à Prefeitura e quer fim da intervenção na Santa Casa

Decisão que afastou Ana Karin era aguardada há sete meses pelo vice; discurso destaca corte de gastos e apoia à transição

Da Redação
Cruzeiro

Uma decisão do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) voltou a colocar a política de Cruzeiro de pernas para o ar. O tribunal acatou recurso impetrado em abril pelo vice-prefeito Rafic Simão (PMDB) e retiro Ana Karin (PRB) da Prefeitura. Simão assume o cargo nesta quinta-feira para pouco mais de um mês de mandato.

A medida foi publicada pelo TRE na última quarta-feira. Desde então, a prefeita não foi encontrada. Procurada pela reportagem por várias vezes, a assessoria não retornou à redação.

Ana Karin chegou a ser retirada da chefia do Executivo por três vezes. Na última, entre julho de 2014 e outubro de 2015, voltou com a missão de recuperar a cidade de crise que mastigou os cofres públicos por anos.

O então vice, Rafic Simão ao lado da afastada Ana Karin; peemedebista assume Cruzeiro "a contra-gosto"
  O então vice, Rafic Simão ao lado da afastada Ana Karin; peemedebista assume Cruzeiro “a contra-gosto”

   Depois de um ano e um mês, ela volta a ser retirada do cargo, em meio à denúncias e protestos na cidade contra medidas administrativas e atrasos nos pagamentos de servidores e comissionados. Na saúde, calcanhar de Aquiles cruzeirense, a Santa Casa teve um ano marcado por uma série de paralisações, greves e manifestações.

A decisão desta quarta-feira, segundo Rafic, ratifica uma erro que mantinha Ana Karin na Prefeitura, já que, de acordo com despacho publicado, ela teria conseguido em outubro de 2015 reverter apenas um dos dois processos que respondia, referente à falta de respostas a requerimentos do Legislativo.

Em outro, Ana Karin é acusada por contratação irregular de uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) para gestão de serviços na saúde entre 2011 e 2013. “Foram duas ações. Bastava a Câmara retornar comigo, mas entendeu que, pela decisão do primeiro processo, ela poderia ficar no cargo. Foi um erro jurídico. Tive que entrar com apelação mostrando que ela ainda respondia pela Oscip”, explicou Rafic.

Com a aceitação do recurso, o peemedebista volta à Prefeitura para um curto prazo à frente de uma das cidades mais conturbadas nos últimos anos. “Era para ter acontecido há um ano, mas não foi assim, interrompendo todo nosso projeto. Já não esperava mais voltar e nem gostaria de voltar, porque com menos de trinta dias uteis para o governo não poderei fazer muita coisa”, lamentou.

O novo prefeito volta com a promessa de sérias medidas nos poucos dias antes do fim do mandato. O discurso é de facilitação da transição para o governo do prefeito eleito Thales Gabriel (SD). “Temos que ter responsabilidade para tomar medidas para que haja uma transição rápida e transparente, sem prejudicar a próxima gestão. A prefeita estava dificultando a transição, não estava tomando medidas de gestão necessárias para isso e para solucionar a situação na cidade”, salientou.

Entre as medidas pré-anunciadas de Rafic, o corte de cem cargos comissionados, a demissão dos temporários e enxugamento da máquina administrativa. “Vamos fazer tudo que puder para cumprir o mínimo dos compromissos, já que a folha está atrasada e há quatro meses que o repasse do Pronto Socorro está atrasado, que os consignados descontados da folha de pagamentos dos servidores não estão sendo repassados para os bancos, o que faz com que os funcionário fiquem negativados. Então temos que fazer tudo para minimizar essa situação e ajudar o próximo prefeito”.

Santa Casa – Foco das críticas à administração municipal em Cruzeiro, a intervenção na Santa Casa é outro corte que deve ser colocado em prática por Rafic. “Eu quero cancelar a intervenção. Não tive o tempo necessário para fazer a gestão desta intervenção. Como temos poucos dias, vamos devolver à entidade para que eles possa, tomar as medidas necessárias. A irmandade e o próximo prefeito saberão o melhor caminho para ela”.

Iniciada e outubro de 2015, a intervenção foi uma das últimas medidas de Rafic Simão na Prefeitura antes do retorno de Ana Karin. Com uma série de trocas de diretores e interventores, o hospital passou por greves com atrasos nos pagamentos de funcionários, médicos e fornecedores.

“Esse corte dos cargos e demissões de temporários serão medidas necessárias para fazer sobrar dinheiro para injetar na saúde. Queremos passar o final de ano com um pouco mais de recursos para não faltar médicos na Santa Casa”. Prometeu Rafic.

Ainda na Saúde, ele deve tentar o retorno da médica Ana Ines Chaves à secretaria de Saúde. Ela é uma das indicadas para a pasta no mandato de Thales Gabriel e ocupou o cargo entre novembro de 2015 e junho deste ano.

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