Paulo Viera barra sessão com nove pedido de vistas

Sessão ‘relâmpago’ de 15 minutos mostra racha na Câmara de Cruzeiro; todos projetos retirados tinham parecer favorável do jurídico

O vereador Paulo Vieira que pediu vistas de 9 dos 10 projetos da Ordem do Dia desta semana (Foto:
O vereador Paulo Vieira que pediu vistas de 9 dos 10 projetos da Ordem do Dia desta semana (Foto: Arquivo Atos)

Rafael Rodrigues
Cruzeiro

A sessão da última segunda-feira na Câmara de Cruzeiro deixou evidenciado um possível racha entre os vereadores. Paulo Vieira (PR) retirou 9 dos 10 projetos que estavam em pauta para votação, entre eles, matérias voltadas ao meio ambiente enviadas pela Prefeitura.

O vereador Charles Fernandes (PR) havia pedido a supressão do grande expediente (momento em que os vereadores discursam por nove minutos em plenário), restando apenas um texto, o que levou a sessão a ser encerrada em 15 minutos.

Alegando que os projetos estavam sem as explicações devidas, Vieira, que faz parte das comissões de Finanças e Orçamento, e Justiça e Redação, pediu vistas das matérias.

Sobre o projeto nº1962/2019, que tratava de doação de terreno no Cemitério Santa Cruz para o Asilo São Vicente de Paulo, o vereador questionou a finalidade da doação e cobrou documentos, que ele disse ser necessário para comprovação da necessidade.

Outros seis projetos, também enviados pelo Executivo, tratavam sobre questões ambientais e mesmo com a urgência na votação, o vereador pediu a retirada todos de pauta, alegando que era necessária uma explicação mais detalhada das matérias por parte da secretaria de Meio Ambiente.

Mas não foram só matérias do Executivo que Paulo Vieira retirou da pauta. Outras matérias enviadas por outros vereadores também foram suspensas. Sérgio Blóis (PR), pedia a criação de um projeto chamado “Troco Solidário”. Claudete Araújo (PV) havia apresentado indicação de nome para uma estrada vicinal do município. Nos dois casos, Paulo Vieira disse que precisava de mais tempo para análise.

Todos os projetos tinham parecer favorável, ou seja, já haviam sido debatidos internamente e contavam com aval do departamento jurídico.

Insatisfação – Não foi apenas nesta última segunda-feira que houve um clima evidente de animosidade na Casa. Na sessão do último dia 2, Paulo Vieira já havia dado sinais de insatisfação com relação ao andamento dos trabalhos.

Na oportunidade, ele chegou a falar em tom alterado de voz, que os vereadores estavam apenas carimbando os projetos que vinha da Prefeitura, sem uma análise prévia, nem mesmo o devido debate.

O histórico da Câmara aponta um racha entre os parlamentares, desde que um projeto de Vieira, que sugeria o aumento de 16 para 50 no número de vagas de mototaxistas foi rejeitado por 7 votos a 2. Mais votado da última eleição, Vieira entendeu a reprovação de um de seus projetos como uma “declaração de guerra”.

Assessores também desconfiam que Paulo Vieira tenha rompido com o prefeito Thales Gabriel (SD), e que por essa razão os projetos da Prefeitura estejam sendo retirados para pedido de vistas.

A reportagem do Jornal Atos tentou contato com Vieira e outros vereadores, mas nenhum deles quis se pronunciar sobre o assunto.

 

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