Pais se mobilizam contra o fechamento de escola no Centro de Cruzeiro

Encerramento das atividades na Dr Arnolfo Azevedo gera protestos; secretaria alega falta de estrutura e local inadequado da unidade de ensino

Entrada dos alunos na EMEF Dr. Arnolfo de Azevedo; após Prefeitura anunciar fechamento, pais protestam (Foto: Kassiane Ribeiro)

Andréa Moroni
Cruzeiro

Pais de alunos da Escola Municipal de Educação Fundamental Dr Arnolfo Azevedo, em Cruzeiro, estão indignados com o anúncio da secretaria de Educação do fechamento da unidade no final deste ano. Segundo a pasta, as crianças serão transferidas para escolas em bairros próximos. No prédio centenário será instalada a sede da secretaria.

A dona de casa Eveline Watanabe é mãe da Aimi, de 7 anos, que frequenta o primeiro ano na escola. Ela é contra o fechamento da escola e não concorda com a transferência da filha para outra unidade mesmo que fique no mesmo bairro em que mora. “Eu sou contra porque acho a Arnolfo Azevedo mais segura, fica no centro da cidade. Falaram que vão transferir minha filha para a escola no Jardim América. É perto de casa, mas o entorno da escola não é bom, não oferece segurança”.

Na segunda-feira (25), funcionários da Educação se reuniram com os pais para explicar o motivo do fechamento da escola. Em nota enviada à redação do Jornal Atos, a secretaria de Educação informou que a decisão resulta de “uma cuidadosa análise de múltiplos fatores que têm impacto direto no bem-estar dos alunos e o melhor desenvolvimento educacional”.

No texto, foram citados quatro pontos que levaram ao encerramento das atividades. “Matrículas por georreferenciamento: menos de 30% dos alunos residem nas proximidades da escola; infraestrutura predial inadequada: O edifício, construído em 1913, impede intervenções estruturais necessárias para atender às demandas dos estudantes do século 21 (trecho do texto)”.

Outra justificativa é a localização desfavorável. “A escola está situada no centro da cidade, cercada por quiosques cujas atividades comerciais geram ruídos, odores e interferências sonoras que perturbam consideravelmente o ambiente de ensino. O lixo produzido pelos estabelecidos do entorno também causa incômodo”.

Mas para as famílias as explicações não foram o bastante. “Eu moro no Itagaçaba e me disseram que meu filho será transferido para a escola municipal Maria Heleanor. Essa unidade fica no meu bairro, mas não tem segurança nenhuma. Já ouvi sobre brigas acontecerem no local. Não tem como meu filho estudar ali”, reforçou o coro dos contrários ao fechamento a dona de casa, Débora Fernandes, mãe do Victor que também está no primeiro ano.

Pai do aluno Breno que está no primeiro ano, o comerciante Renato Oliveira encabeça o movimento que questiona a falta de diálogo com a Prefeitura. “No último sábado (23), fizemos uma manifestação para informar as pessoas sobre o fechamento da escola. Tentamos um diálogo com o prefeito, mas não foi possível. A decisão já veio pronta para os pais. Mas nós não vamos desistir. No dia 2, no aniversário da cidade, vamos fazer outra manifestação durante o desfile cívico”.

A secretaria garante que haverá vaga e matrícula para todos os alunos da Arnolfo Azevedo nas escolas mais próximas de sua residência, conforme a diretriz do georreferenciamento.

Sobre a reclamação de falta de estrutura e segurança nas escolas dos bairros Jardim América e Itagaçaba, o secretário Mário Flávio Silva Costa disse que “as alegações não se sustentam devido às análises técnicas da nossa equipe de assistência pedagógica”.

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