Moradores de bairros atingidos pelas chuvas cobram melhorias no sistema pluvial em Cruzeiro
Pela segunda vez no ano, tempestade deixa ruas alagadas; córrego, que divide a cidade, transbordou
Andreah Martins
Cruzeiro
A chuva da última terça-feira causou estragos nas cidades da região, e não foi diferente em Cruzeiro. Bairros como Centro, Santa Luzia e Vila Paulista são um dos pontos que receberam alto volume de sujeira na enchente, deixando moradores preocupados com a situação. O problema já não é novidade. Somente neste ano é a segunda vez que há alagamento em grande parte da cidade.
Moradora do bairro Vila Paulista, Michele Martins reclamou da recorrente perda de móveis com altos níveis de chuva. “Toda vez entra água. A rua tem uma galeria muito difícil de limparem. Na casa da minha mãe sempre enche de areia e água”, contou. “Na primeira vez foi muito pior. A água estava pela canela. Dessa vez perdi um guarda roupa que é muito difícil de subir, sempre acaba perdendo”.
A moradora explicou ainda as medidas tomadas para tentar diminuir o prejuízo. “Mandamos fazer duas comportas nas portas da sala e da cozinha para evitar que entre água. Isso faz com que demore mais para a água e a sujeira entrar, mas mesmo assim não resolve. Minha casa é quase um metro e meio de altura em relação a rua, para ter noção do nível de água”.
Michele afirmou que os vizinhos já pediram diversas vezes para a Prefeitura solucionar o problema, mas a resposta é sempre a mesma. “Cansamos de pedir. Eles dizem que o serviço é muito caro e não irão fazer. Tinha que limpar as galerias ou fazer escoamento com manilhas maiores, mas também não é viável e alegam não ter dinheiro para o serviço. Só fazem medidas paliativas que não melhoram nunca na nossa casa”.
Outro ponto que sofre com a forte chuva é o Santa Luzia. A moradora Regina Aparecida contou que também teve móveis estragados com a enchente. “Eu perdi dois guarda roupas. Não posso tirar de casa porque não tenho onde colocar as coisas. A vizinha também perdeu guarda roupa, colchão e um rack”.
Ela também questionou o descaso do poder público. “Eles vem aqui, falam, falam e não fazem nada. Sabem da nossa situação. Ficaram de fazer reunião da última vez que teve enchente, mas até agora nada. E a nossa situação só piora. Estou cansada”.
Em nota, a Prefeitura informou que em duas horas choveu o volume de 102 milímetros, e que algumas vias foram isoladas de maneira preventiva. Com a entrada de água em algumas residências, como no Santa Luzia, foram encaminhados profissionais para dar assistência. O córrego da Barrinha, que corta a cidade, transbordou, mas não afetou nenhum morador.
A Defesa Civil informou que vai fazer o monitoramento de áreas afetadas, e uma equipe de agentes de obras e trânsito vai auxiliar no atendimento aos prejudicados. Não há informações quanto aos desabrigados. Os moradores e afetados podem entrar em contato com o órgão por meio do 199.