Após decretar fase vermelha, Thales não descarta lockdown noturno em Cruzeiro
Decisão embasada no aumento de casos e internações por Covid-19 enfrenta protestos, mas prefeito mantém rigor contra avanço do vírus
Da Redação
Cruzeiro
Três dias após decretar fase vermelha para Cruzeiro, dentro do Plano São Paulo de flexibilização contra a Covid-19, o prefeito Thales Gabriel Fonseca revelou ao programa Atos no Rádio que não descarta a utilização de um lockdown para a cidade. A medida foi criticada na cidade, com direito a protestos em frente à Prefeitura.
Implantada na última segunda-feira (18), a regressão à fase vermelha foi devido ao aumento de casos e internações por Covid-19. Embora o governador João Doria (PSDB) tenha decidido retroceder a região da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) da fase amarela para a fase laranja, Cruzeiro se juntou a São José dos Campos e cidades do Vale Histórico, como Silveiras e Lavrinhas, que também optaram pelo retorno à etapa mais restritiva do plano de flexibilização, em que a maior parte do setor de comércio e serviços deverá permanecer fechada. “Não só a cidade de Cruzeiro, mas a grande maioria das cidades do Vale Histórico também estão em fase vermelha, ou seja, todas as cidades que encaminham os seus pacientes para o nosso hospital também adotarão as mesmas medidas que a cidade de Cruzeiro, trazendo uma uniformidade de procedimentos”, frisou Gabriel, destacando a taxa elevada na ocupação de leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
De acordo com o novo decreto, Cruzeiro estará até o dia 31 de janeiro na fase vermelha do Plano SP. Com a mudança, apenas serviços essenciais poderão funcionar. Bares, restaurantes, academias, salões de beleza, barbearias devem ser fechados.
Apesar das medidas anunciadas, o prefeito revelou que novas reuniões colocam em pauta a condição de Cruzeiro durante a semana. “Tivemos uma reunião com a classe do comércio e também dos comerciários. Teremos outras com a Câmara, tratando do mesmo tema e estamos caminhando juntos e entendendo o dia a dia. Nos próximos cinco dias faremos uma nova avaliação para saber como estão os nossos índices para dar andamento ao nosso procedimento local no intuito de salvar vidas e tentar equilibrar a questão econômica”.
Ainda no primeiro dia sob as novas regras, um grupo se reuniu em frente à Prefeitura para protestar contra a decisão do prefeito. Para Fonseca, a recepção já era esperada. “Uma manifestação correta, uma manifestação democrática, que nós entendemos ser justa e legítima, mas enquanto gestor, a gente tem obrigação inclusive de dar uma satisfação a essas pessoas”.
Apesar das críticas e apelos contrários, o prefeito não rejeitou a ideia de endurecer ainda mais a flexibilização na cidade. Nem mesmo a possibilidade de um lockdouwn. “Isso (lockdown noturno), conforme feito na cidade de Taubaté, é possível na cidade de Cruzeiro sim. A gente vai até tomar algumas medidas nesse sentido”, contou. “Quando a gente fala que vai realmente estar fechando praças e mais rígido no que tange a até mesmo locais clandestinos funcionando em bairros como bares e pequenas festa acontecendo de forma clandestina entre outras. A gente deve formular isso no papel e que a gente possa agir, mas agir com legitimidade”.
Fonseca lembrou que o intuito da medida é diminuir o número de pessoas contagiadas. “Existem muitos casos assintomáticos e temos percebido isso nos últimos dias e estão contaminando outras pessoas.
Casos – No dia (11), Cruzeiro apresentava 1.384 casos confirmados, 143 pacientes em isolamento domiciliar, 3 internados em clínica médica, 7 internados na UTI, 212 pessoas aguardando resultados de exames. Uma semana depois, no boletim epidemiológico divulgado na segunda-feira (18), a cidade apresentou 1.645 casos confirmados, com 45 óbitos, 330 pacientes em isolamento domiciliar, seis internados em clínica médica, sete internados na UTI, 276 pessoas aguardando resultados de exames.