Thálitha e Adriana Vieira denunciam “boicote” de colegas na Câmara de Cachoeira
Vereadores deixam o plenário durante apresentação das parlamentares; requerimentos de petista sobre reforma do Teatro e outros serviços são adiados pela segunda sessão consecutiva
Thales Siqueira
Cachoeira Paulista
A vereadora Thálitha Barboza (PT) utilizou as redes sociais para denunciar um novo episódio de violência parlamentar contra ela e a vereadora Adriana Vieira (PTB) por parte de alguns colegas da Casa. As duas parlamentares tiveram requerimentos e moções prejudicadas nas últimas duas sessões da Câmara por falta de quórum no plenário. A sessão da última terça-feira (9) teve que ser suspensa duas vezes.
Durante a leitura das moções, Adriana não conseguiu apresentar uma congratulação à Dra. Flávia Galocha pelo trabalho dedicado ao CEO (Centro Especializado de Odontologia). A leitura e votação foram adiadas para a próxima sessão. Ao terminar o seu discurso, a vereadora pediu a conferência do livro de presenças. Dos 13, apenas seis vereadores estavam presentes no momento. Além dela, permaneceram na tribuna o presidente da Câmara Léo Fênix (PSB), Felipe Piscina (DEM), Ângela Protetora (MDB), que compõem a mesa administrativa, e Agenor do Todico (PL), além de Thálitha.
No momento da leitura do requerimento da petista a respeito da reforma do Teatro Municipal, com o regimento interno em mãos, ela pediu a suspensão da sessão por cinco minutos para que fosse averiguado o motivo da nova ausência dos vereadores. No retorno, o requerimento teve que ser adiado pela segunda sessão consecutiva.
“Esse requerimento é para tratar de um tema muito importante que eu já tentei apresentar na sessão da semana passada, mas foi prejudicado por falta de quórum. Infelizmente vou ter que pedir o adiamento mais uma vez porque os vereadores não estão a fim de votar, não estão a fim de discutir esse tema”, frisou.
Minutos depois, Adriana Vieira chegou a pedir que a sessão fosse encerrada pela falta de quórum para as votações, mas o presidente da Câmara negou a solicitação.
Foi solicitado novamente a suspensão por cinco minutos. Ao retomar a sessão, somente seis vereadores estavam presentes e Thálita teve que pedir o adiamento de mais três requerimentos. “Os colegas não estão querendo trabalhar. Para não prejudicar o conteúdo dos requerimentos, eu gostaria de pedir o adiamento para a próxima sessão, porque não tem quórum aqui, porque os vereadores estão boicotando os trabalhos da Casa. Lamentável”.
Os vereadores começaram a voltar para a sessão cerca de meia hora depois, quando uma leitura de um requerimento de Felipe Piscina era feita. O pedido em questão foi aprovado por 11 votos favoráveis.
Na tribuna livre, Thálitha destacou que a ação prejudicou requerimentos a respeito da previsão de início das obras no postinho do Embaú, informações sobre times esportivos do município que competem no estado para participação dos mesmos em incentivos do Governo Federal, como o programa “Bolsa Atleta”. “Eu não consigo entender porque isso acontece. Espero muito que não aconteça mais, pois não são temas meus, são temas para a população que estão prejudicando por maldade. É ridículo o que acontece aqui”.
Já Adriana acredita que o posicionamento político das vereadoras vem incomodando colegas de plenário. “Tem vereador que não está preocupado com o povo, quer nos prejudicar, mas acaba prejudicando a população”, criticou.
As duas parlamentares relataram ainda que pretendem cobrar uma postura firme do presidente da Casa nas próximas sessões. A equipe do Jornal entrou em contato com Leo Fênix. “Situação difícil até para quem preside, mas o que pude fazer foi feito. Na condição de presidente, não tenho poder de obrigá-los a ficar no plenário. O que teve previsão regimental coloquei em prática na hora, e continuarei aplicando o que o regimento prevê”.