Sem quórum e com obstáculo judicial, processante é barrada em Cachoeira

Investigação de supostas fraudes em licitações do governo João Luiz acaba sem votação, mas relatório vai para o MP

 

O presidente da Câmara, Aurélio da Farmácia, e membros da Comissão Processante, são surpreendidos com a presença dos advogados e com a ordem judicial impedindo a realização da sessão. (Foto: Da Redação)
O presidente da Câmara, Aurélio da Farmácia, e membros da Comissão Processante, são surpreendidos com a presença dos advogados e com a ordem judicial impedindo a realização da sessão. (Foto: Da Redação)

Da Redação

Cachoeira Paulista

Por falta de quorum ou devido a uma ação judicial, o cancelamento da sessão extraordinária para a votação do relatório da Comissão Processante que investigou denúncia contra o prefeito João Luiz Ramos (PT) gerou forte atrito entre as bases governista e de oposição em Cachoeira Paulista.

Apenas sete dos 13 vereadores compareceram no plenário, na tarde desta quarta-feira, quando o relatório do vereador Breno Anaya (PSC) seria votado. De acordo com o documento, foram comprovadas irregularidades em licitações do Carnaval e do aniversário da cidade em 2014; contratação no transporte escolar e na prestação de transparência de licitações, no site oficial da Prefeitura.

Foram 88 dias de investigação do relatório, entregue dois dias antes do prazo, devido ao feriado de Corpus Christi.

Na semana da sessão, a população já debatia os possíveis resultados políticos que a votação poderia acarretar no cenário municipal, com questionamento se a base do governo votaria a favor do relatório, já que a votação seria aberta e nominal.

Mas 12 minutos após o início da sessão, o presidente da Câmara, Aurélio da Farmácia (PMN) colocou fim aos trabalhos devido à falta de quórum. Os vereadores Catia Bueno (PT), Douglas Vaz Macedo, o Dogão (PHS), Adilton Ferreira Reis (PT), Marcelo Picão (PT), Maximílio Miranda (DEM) e Toia da Reciclagem (PR) faltaram a votação.

“Essa atitude prejudicou o trabalho que seria de votar o relatório. Ninguém estava numa cassa às bruxas, mas era para votar algo que foi investigado. É uma estratégia do governo que desrespeita a população, pois a democracia não foi respeitada”, criticou o relator da processante, Breno Anaya.

Além da falta de quórum, outro obstáculo para a votação foi uma ordem judicial, que cancelou a sessão extraordinária, devido a problemas no trabalho da processante. De acordo com a ação, o presidente da comissão, Claudio Gaspar (PV) não teria notificado o prefeito 24 horas anes da votação do relatório.

Mesmo com a falta da votação, o documento com os resultados da investigação das denúncias deve ser encaminhados ao Ministério Público federal e estadual. “Isso tudo prejudicou o trabalho, mas vamos encaminhar para que a situação seja analisada agora pela justiça”, contou Anaya.

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