Sem pagamento, funcionários da Santa Casa de Cachoeira descartam nova greve

Paralisação é descartada, mas descumprimento chega ao TRT; categoria teme não receber 13º

Pacientes procuram atendimento na Santa Casa de Cachoeira; Prefeitura não cumpriu acordo por dívidas (Foto: Arquivo Atos)
Pacientes procuram atendimento na Santa Casa de Cachoeira; Prefeitura não cumpriu acordo por dívidas (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
Cachoeira Paulista

Após a Prefeitura de Cachoeira Paulista descumprir a medida judicial que ordenava o pagamento dos salários atrasados dos funcionários da Santa Casa, os trabalhadores decidiram em assembleia, na última segunda-feira, que não farão uma nova greve até o fim do ano. A categoria critica a postura do prefeito João Luiz (PSB), e teme também não receber o pagamento do 13° salário.

Depois de 72 dias de greve, uma audiência no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), em Campinas, no dia 8 de novembro, ordenou que a Prefeitura pagasse no último dia 30 os salários atrasados dos funcionários da Santa Casa. O Município descumpriu a ordem, aumentando ainda mais a insatisfação dos quase cem funcionários do hospital, que participaram de uma assembleia na última segunda-feira. “A categoria decidiu que aguardará até o próximo dia 20, data do pagamento da primeira parcela do 13° salário, para decidir se entrarão em greve logo no começo de 2017. Mesmo descumprindo a ordem judicial, a Prefeitura até agora não procurou a categoria para se justificar”, revelou o diretor do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Serviço de Saúde de São José dos Campos e região, Martinho Luiz dos Santos.

O encarregado de recepção, Laércio Fabiano, 38 anos, narrou as dificuldades vivenciadas pelos trabalhadores, que estão com dois salários atrasados. “A maioria dos funcionários ganha apenas um salário mínimo e depende do pagamento para poder comprar comida e pagar contas básicas. Muitos companheiros estão dependendo da ajuda de familiares e amigos para poderem sobreviver”.

Funcionário da Santa Casa há dez anos, Fabiano ressaltou o sentimento de indignação da categoria e criticou a atual gestão do município. “A Prefeitura teve coragem até de descumprir o que a Justiça ordenou. Isso é um absurdo. Outra coisa que deixa a gente ainda mais revoltado é que até agora o prefeito não nos procurou para dar nenhuma satisfação”.

O Jornal Atos solicitou um posicionamento da Prefeitura sobre o caso, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi encaminhada.

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