Ponte do Turma 26 é foco de processante contra Mineiro, mesmo com ação junto a Tarcísio
Câmara de Cachoeira abre comissão que pode levar à cassação do prefeito por tempo de espera pela obra; Prefeitura já assinou convênio de obra com o Estado e obra deve começar em breve
Andréa Moroni
Cachoeira Paulista
A queda da ponte do bairro Turma 26 sob o Rio Paraíba é o tema de uma comissão processante contra o prefeito de Cachoeira Paulista, Antônio Carlos Mineiro (MDB), aberta na última terça-feira (21), durante sessão da Câmara. O pedido de abertura do processo teve apenas um voto contrário e colocou fogo na convivência entre os vereadores e o chefe do Executivo, que anunciou assinatura do convênio com o Estado nesta quinta-feira (23).
Mineiro foi acusado pelo autor do pedido, o empresário Rodolfo Fernando Ribeiro pela prática de infração política administrativa no caso da reconstrução da ponte, que caiu em janeiro. após o município ser atingido por uma forte chuva.
Segundo o denunciante, o bairro está isolado desde que a ponte caiu e o acesso somente de pedestres pela passagem provisória, feita pelo Município, “prejudica os motoristas’, que levam quase trinta minutos para acessar o bairro. “Antes do centro ao bairro era apenas cinco minutos. E antes de cair a ponte já apresentava sinais de desgaste e a omissão do prefeito na resolução do problema acarreta infração por parte do prefeito (trecho da denúncia)”.
O pedido para a abertura da processante foi para votação. A favor da denúncia: Adriana Vieira (PTB), Agenor do Todico (PL), Dil Fonseca (PSD), Felipe Piscina (União), Nenê do São João (PSB), Carlinhos da Saúde (PL), Luiz Gonzaga Brejão (PSC), Max Barros (União), Rodolpho Borges (Rede), Rogéria Lucas (Podemos) e Thálitha Barboza (PT). A vereadora Ângela Protetora (MDB) foi o único voto contrário.
O presidente da Câmara, Léo Fenix explicou que, de acordo com o regimento interno, todas as denúncias protocoladas precisam ser apreciadas em plenário, na próxima sessão ordinária. “Para a abertura da processante, cada vereador tem a sua opinião, isso não compete à presidência de articular os votos para o aceite ou a rejeição. O meu dever e obrigação na presidência, é manter o respeito e o bom andamento das sessões”.
A Comissão Processante será formada pelos vereadores Felipe Piscina (presidente), Agenor do Todico (relator) e Carlinhos da Saúde (membro). Segundo Piscina, os envolvidos devem começar a ser ouvidos na próxima semana. “Semana que vem iremos notificar o prefeito. Aí sim vamos começar o trabalho de investigação. Nessa oportunidade o prefeito vai poder provar se foi omisso ou não depois da queda da ponte. Vamos agir pela razão e não pela emoção, não estamos fazendo politicagem como alega o prefeito. Será tudo dentro da legalidade”.
Prefeitura – Antônio Mineiro explicou que a Prefeitura tem dado andamento a construção da ponte que desabou, no acesso ao bairro Turma 26. “Faz sessenta dias que a ponte caiu, o processo está andando, mas o local é complicado. Nós levamos a Defesa Civil para vistoriar a área, assim como engenheiros do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica). Inclusive, no dia 20 de março, eu recebi a outorga do Daee autorizando a obra da ponte e eu enviei esse documento para os vereadores. Eles têm ciência disso”, frisou o prefeito.
Mineiro revelou ainda que a Prefeitura só estava aguardando a assinatura do convênio com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos) para dar início à obra. “O governador assinou o convênio na quinta-feira (23). Agora é só licitar e depois dar início a obra de construção, que deve durar trinta dias”.
O prefeito informou que o Município não poderia ter construído, por iniciativa própria, uma ponte de acesso ao bairro. “A Prefeitura não pode executar obras de alta complexidade. Eu caminho dentro da lei, agora teremos uma empresa especializada para a construção”, garantiu.