Peçonhentos preocupam moradores em Cachoeira

Limpeza de terrenos baldios é a principal exigência feita pela população para amenizar o surto

Andreah Martins
Cachoeira Paulista

Escorpião encontrado no Jardim Esperança, em Cachoeira Paulista (Foto: Andreah Martins)
Escorpião encontrado no Jardim Esperança, em Cachoeira Paulista (Foto: Andreah Martins)

Moradores de Cachoeira Paulista já não sabem mais o que fazer para conter o aparecimento de escorpiões, cobras e caramujos dentro de suas casas. Em bairros como Jardim Europa, Parque Primavera, CDHU e Vila Carmen, o foco das reclamações é a presença de terrenos abandonados, matos altos e lixos espalhados pelos lotes.

A preocupação com um terreno no Parque Primavera foi relatado por uma moradora de 65 anos. Sem querer se identificar, ela contou que no local o mato está mais alto que o próprio muro que o cerca. “A gente fica preocupada porque eu tenho neto e cachorro. Esse mato aí (do terreno) fica muito maior do que está agora. Aqui em casa ainda não apareceu nenhum escorpião, só lacraia”.

Além da presença de peçonhentos, a insegurança quanto a assaltos preocupa a aposentada. “Semana passada um homem entrou na casa da frente. O muro dela é alto, mas ele conseguiu entrar pelo próprio terreno baldio. Ela viu nas câmeras de segurança que nada foi roubado, mas como que fica a vigilância aqui na rua?”

A situação de aparecimentos de bichos persiste na Vila Carmen. A conselheira tutelar, Marilda de Fátima Augusta, encontrou mais de dez escorpiões espalhados pela casa. “Encontrei um na escada, perto da geladeira, atrás do sofá.

Na cozinha foi o último. As crianças estavam brincando perto da escada, porque achamos que era mais seguro. Minha filha estava cozinhando e viu um bicho indo em direção a bermuda do meu neto de sete anos. Ela puxou ele (sic) e viu que era um escorpião”.

Marilda acredita que o problema seja causado por um extenso terreno localizado atrás de sua residência, além do lote mal cuidado na lateral esquerda da casa, que já convive com a presença de calangos. “Tem um terreno enorme aqui atrás que tem muito bambu. Quando chove muito forma até um lago”.

O que mais preocupa a moradora é o perigo que seus netos estão expostos. “Eu já sou hipertensa, tomo remédio. Eu fico pensando nas crianças, porque não adianta falar com eles, vivem com os pés descalços. Tenho ainda dois gatos. Eles caçam, de vez em quando os calangos”, completou Marilda.

Outra moradora do mesmo bairro também contou sobre a aparição de escorpiões em sua casa. “Às vezes você tem algo parado, resolve trocar de lugar e quando vê está cheio de escorpião por baixo. Antigamente os donos do quintal do fundo guardavam ração aqui do lado do meu muro. Isso deu muitos ratos. Lá atrás, quando chove, forma uma lagoa enorme. É um buraco que não tem para onde escorrer”, contou a dona de casa, Dorileia Auxiliadora Fernandes, que lembrou ainda que há 15 dias encontrou em sua casa dois escorpiões, no banheiro e no quarto.

As moradoras informaram ainda que procuraram a Vigilância Sanitária, levaram os escorpiões, mas nenhuma providência foi tomada.

A Prefeitura informou que fez levantamento quanto às leis municipais relacionadas ao assunto de extrema urgência. Durante o mês de fevereiro, a secretaria do Meio Ambiente tem se empenhado em reunir os casos de terrenos abandonados na cidade.

A primeira medida é a notificação para limpeza do terreno, com prazo máximo de dez dias. Se descumprido, o órgão aplica multa, providencia a limpeza do lote e cobra do serviço ao proprietário.

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