Doença do Mão-Pé-Boca já preocupa famílias na região
Crianças e adultos podem ser afetados pelo vírus; sintomas da síndrome vão de febre e manchas pelo corpo à úlcera bucal
Miguel de Sá
Cachoeira Paulista
Famílias de Cachoeira Paulista sofrem com a HFMD, conhecida como “Síndrome da Mão-Pé-Boca”, nas últimas semanas. A Síndrome afeta mais crianças com menos de cinco anos, mas jovens, adultos e idosos podem contrair a doença.
A doença começa com uma febre alta, seguida de manchas no corpo da pessoa infectada. Os sintomas mais comuns são febre, falta de apetite, úlcera dentro da boca, da língua, das bochechas e gengivas, bolhas e erupções nos pés. De acordo com a Comissão de Saúde Pública de Boston (EUA) a pessoa infectada tem de três à dez dias para melhorar.
A filha e o marido de Kely Souza, funcionária de uma loja de comunicação visual em Cachoeira, tiveram sintomas da doença no Carnaval desse ano. Ela contou que a filha teve os primeiros sintomas, “Ela teve febre o dia todo e a noite apareceu as manchas. A médica viu o que era e receitou antialérgico e um spray para aliviar as aftas na garganta, mas graças a Deus a boca e a garganta não incharam”.
O ambiente escolar pode ser considerado área de risco para propagação do vírus. As recomendações da Comissão americana são de lavar as mãos após usar o banheiro, descartar fraldas e objetos sujos com muito cuidado, limpar e desinfetar todos os brinquedos utilizados pelos alunos em escolas e creches, além de utilizar luvas durante o tratamento.
A filha de Vanessa Alves começou a ter febre e bolhas pelo corpo quando estava em uma creche, onde a menina de um ano e meio fica enquanto a mãe trabalha como diarista, no bairro Pitéu. “Pelo que sei é uma virose que pode ser pega em qualquer lugar, mas minha filha só fica em casa ou na creche, então tem chances de ter pegado lá”.
Hidratação com líquidos frios e evitar alimentos apimentados e bebidas ácidas são recomendações de um estudo publicado na Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, em 2012.
A designer gráfico Maiara Araquem, 29 anos, lida com a doença desde segunda-feira passada, com seu filho, Rauni. “Ele ficou com febre repentina por volta das 16h, levei para Santa Casa de Lorena e médico achou que era dor de garganta e receitou antibióticos. No outro dia apareceram as bolinhas e a febre cedeu sozinha”.
Outras cidades no Vale têm registrado casos de contágio. Relatos de famílias de Cruzeiro dão conta de contaminação, assim como em São José dos Campos, onde cerca de duzentas ocorrências foram contabilizadas em menos de vinte dias.
Crianças e adultos que estiverem com os sintomas da HFMD devem ficar em casa por pelo menos 24 horas para evitar contaminação no ambiente escolar ou de trabalho.