Cachoeira Paulista debate reviravolta que arquivou denúncias contra Mineiro
Sessão de 13 horas, que avaliou contrato na Educação, acabou com votos surpresa de vereadores críticos ao prefeito por absolvição
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Gabriel Mota
Cachoeira Paulista
Quase 13 horas. Esse foi o tempo para leitura de processo, fala de vereadores, apresentação de defesa e votação das dez denúncias do processo de cassação contra o prefeito de Cachoeira Paulista, Antônio Carlos Mineiro (MDB), durante sessão da Câmara na última terça-feira (21). Mas para quem esperava o fim da administração do emedebista, após forte pressão da oposição, o resultado foi de surpresa, com todas as votações favoráveis ao chefe do Executivo.
Após cerca de três meses da abertura da CEP (Comissão Especial Processante), a sessão que definiu pela manutenção de Mineiro contou com a presença de público que se manifestou no plenário por meio de cartazes, questionando o processo e pedindo pelo arquivamento. A sessão teve início por volta das 14h15 de terça-feira e foi encerrada às 3h35 da quarta-feira (22).
A comissão foi aberta em 21 de setembro após o envio, ao Legislativo, de uma denúncia por um eleitor cachoeirense, que listava supostas irregularidades no contrato firmado entre a Prefeitura e o IBC (Instituto Brasileiro de Cidadania).
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A contratação foi feita por dispensa de licitação no valor aproximado de R$ 2 milhões para a prestação de serviços de manutenção e gestão das merendas nas unidades escolares municipais. Alegando irregularidades, como o superfaturamento de produtos alimentícios, a Prefeitura rompeu unilateralmente com a IBC, em julho.
A CEP foi presidida por Max Barros (DEM) e teve Dil Fonseca (PSD) como relator e Carlinhos da Saúde (PL) como membro. Diferente do que era esperado, a maioria dos vereadores se posicionou de forma contrária à cassação.
Durante pronunciamentos no decorrer de todo a comissão, a votação se encaminhava para um desfecho negativo para Mineiro. Porém, ao utilizarem a tribuna, parlamentares se manifestaram favoráveis à manutenção do mandato, voltando as críticas aos secretários, como fez Max Barros.
“Às vezes não é o senhor (Mineiro), às vezes são algumas pessoas ao seu redor, que querem seu mal e acabam te prejudicando. Alguns secretários, que querem confrontar um vereador”, disse o presidente da comissão ao prefeito, na tribuna.
Já Luiz Gonzaga Brejão (PSC), que foi relator da CEI (Comissão Especial de Inquérito) que antecedeu a processante, manteve o voto para a cassação em todas as denúncias contra o prefeito afirmando que jamais iria contra algo que relatou. O vereador ainda afirmou que “foi lastimável a mudança de um pensamento em que todos mudaram de opinião para não ficar mal com a população”.
Nas dez votações referentes às denúncias apontadas ao chefe do Executivo, Mineiro teve a maioria das manifestações favoráveis à continuidade do mandato. O prefeito afirmou que não houve articulação com os vereadores para essa mudança de cenário.
“O que eu fui fazer lá presencialmente é mostrar que estou empenhado para trabalhar pela cidade. Eu acho que eles conseguiram entender e eles também querem que a cidade cresça. Acho que o discurso é o mesmo” avaliou Mineiro.