Após primeiro parto em 11 anos, Santa Casa de Cachoeira tenta fim de intervenção
Maternidade tem expectativa de voltar a funcionar em dezembro; nova mesa administrativa tem objetivo de retirar a responsabilidade da Prefeitura sobre hospital
Thales Siqueira
Cachoeira Paulista
A última semana em Cachoeira Paulista foi marcada por uma história que chamou a atenção pelo imprevisto. Depois de 11 anos, a Santa Casa da cidade realizou um parto. Procedimento considerado inesperado para o hospital que enfrenta crise administrativa desde os anos 90. A expectativa é que a maternidade volte a funcionar em dezembro.
O último nascimento havia sido registrado em 2012, mas no último dia 21, uma grávida deu à luz na Santa Casa, depois de dar entrada passando mal. Ela estava em trabalho de parto prematuro.
O hospital foi intervencionado em 1997. A mediação, que deveria ter durado no máximo dois anos, permanece até os dias atuais, em meio a crises que chegaram a paralisar o atendimento por diversas oportunidades.
De acordo com o novo interventor da Santa Casa, Renato Marton, na última semana, uma cachoeirense chegou no hospital passando mal e ao ser socorrida constataram que ela estava em trabalho de parto prematuro. “Foi uma surpresa a todos nós. A paciente chegou até nós e foi atendida pela nossa equipe que percebeu que a mesma estava em trabalho de parto prematuro. A criança nasceu de forma segura e nossa retaguarda deu todo o apoio à mãe e ao bebê. Esperávamos fazer o primeiro parto em dezembro, mas tivemos essa grata surpresa”, contou Marton.
Para que o centro cirúrgico volte a funcionar, possibilitando a realização de partos e nascimentos, Marton contou que um expurgo, local para descarte dos resíduos hospitalares e materiais infecciosos provenientes do atendimento médico ou de cirurgias, deve ser construído e que foram agraciados com um investimento para a realização das obras.
Com a missão de pôr um fim a intervenção municipal no hospital, no último dia 20, foi empossada a nova mesa administrativa da Santa Casa. “Estamos passo a passo no processo de retirada da intervenção municipal e a mesa administrativa é um marco para isso”, comemorou Marton, que destacou ainda que a reunião serviu para debater o que foi realizado nesses quase dois meses que em que está à frente da instituição e planejar o que será feito futuramente. “A mesa administrativa foi formada por dez membros da sociedade com expertise em diferentes áreas que irão nos ajudar a administrar a Santa Casa”.
À frente da Santa Casa desde o dia 1 de setembro conseguiu economizar, aproximadamente, R$ 100 mil com cortes em despesas desnecessárias. Outra missão importante que o empresário tem pela frente é a busca pelas certidões negativas de débitos e a regularização das licenças da Santa Casa para possibilitar o atendimento de convênios e novas especialidades.