Acessibilidade e inclusão à pessoa com deficiência ganha destaque na região

Deficientes auditivos são os índices mais altos em Lorena, Cachoeira Paulista e Cruzeiro

Palestra da 7ª Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania, que debateu as necessidades de pessoas com deficiência na região (Foto: Andreah Martins)
Palestra da 7ª Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania, que debateu as necessidades de pessoas com deficiência na região (Foto: Andreah Martins)

Andreah Martins
Cachoeira Paulista

A acessibilidade ainda é uma difícil missão para as cidades da região. Os principais problemas sociais relacionados à pessoa com deficiência são as calçadas e o pequeno comércio, que ainda não capacitam de estrutura para atender às necessidades dessa população além da falta de fiscalização dos órgãos responsáveis.

Com o foco na LBI (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência) e na educação inclusiva, Cachoeira Paulista recebeu a 7ª Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania na última semana. Ao longo de sete anos, a caravana já passou por mais de sessenta cidades, mas somente Guaratinguetá, Lorena, São José dos Campos e Cachoeira Paulista receberam o evento na região do Vale do Paraíba.

O evento, que é uma realização da SEDPcD (Secretaria do Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo), se mostra necessário na cidade e região, isso porque foi realizado em uma sala onde a acessibilidade foi improvisada por meio de uma passarela de madeira sob escadas para a locomoção dos convidados cadeirantes. O secretário adjunto da SEDPcD, Cid Torquatto, contou o intuito da caravana para os municípios. “Uma questão muito importante é estimular a criação de uma instância específica para assegurar o direito da pessoa com deficiência, ou uma secretaria ou coordenadoria de assistência social”.

De acordo com o Censo 2010, Cachoeira Paulista possui 22% da população com alguma deficiência. Entre eles, a maior ocorrência é de 4.773 deficientes visuais. Os números são ainda maiores em Cruzeiro e Lorena. Das 21 mil pessoas com deficiência, 60% da população cruzeirense possuem déficit visual, enquanto Lorena ultrapassa 12 mil.

Com relação aos cadeirantes ou pessoa com incapacidade motora, os índices são menores nessas cidades. Segundo a pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Cruzeiro e Lorena chegam a ultrapassar os quatro mil deficientes, enquanto Cachoeira Paulista tem a metade desse índice. A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Lorena, Solange Bertolini, relatou os desafios do cotidiano para uma cadeirante. “Para eu sair da minha casa, eu preciso sempre de um táxi, porque não tenho condições de andar sozinha. Eu moro na região central da cidade e só tenho condições de andar por uma quadra. Não tenho a possibilidade de subir numa calçada por falta de acessibilidade, as ruas são de paralelepípedo. Então essa dificuldade me incentivou a fazer parte de um movimento para auxiliar essa mudança”.

A presidente afirmou ainda os projetos sociais em andamento, com a parceria de alguns órgãos municipais. “A acessibilidade está sendo colocada em primeiro plano. Com um plano diretor, estamos com projeto de mobilidade urbana, porque não existe só a pessoa com deficiência, existe a pessoa com mobilidade reduzida. Então é para prever uma vida melhor para todo cidadão, não só pela pessoa com deficiência”, ressaltou.

LBI – A Lei Federal nº 13.146/2015 é um compilado de normas que garantem direitos às pessoas com deficiência.
A lei proíbe cobranças extras de escolas ou planos de saúde à pessoa com deficiência. Estabelece cotas mínimas como vagas de estacionamentos, táxis e hotéis, além da exigência de redes sociais e sites do governo serem digitalmente acessíveis.

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