Ilhados, moradores do Santa Edwiges pedem socorro

Ruas de bairro em Aparecida são tomadas por água de arrozal; casas estão isoladas

 

Rafael Rodrigues

Aparecida

Plantação de arroz do local passa ser o pesadelo das famílias do bairro; falta de manutenção da valeta de escoamento pode ser o agravamento do problema
Plantação de arroz do local passa ser o pesadelo das famílias do bairro;
falta de manutenção da valeta de escoamento pode ser o agravamento do problema

Um alagamento causado pela água que seria utilizada para irrigar uma plantação de arroz vem tirando o sono de moradores do bairro Santa Edwiges em Aparecida. O vazamento, por uma caneleta que faz a ligação do rio ao arrozal, é mais uma da série de reclamações da comunidade.

As famílias do Santa Edwiges já protestaram contra a falta de calçamento, de saneamento, problemas com coleta de lixo e dificuldade de locomoção. Agora eles estão ilhados em suas casas por conta do vazamento da água.

O bairro, considerado irregular pela Prefeitura, não recebe nenhum tipo de melhoria há anos e por isso os moradores, além de abandonados, sentem-se enganados, já que pagam conta de água, luz e ainda são abordados durante a eleição por políticos, que segundo eles, somem depois do pleito. “Aqui só vem político durante a eleição. Prometem que vão melhorar nossa situação, mas nada acontece, e sempre ficamos na mesma”, reclamou uma moradora, que preferiu não revelar o nome.

Já a dona de casa Valeria da Silva, não teme represálias e contou que está cada vez mais difícil conviver com os problemas, entre eles, o alagamento causado pela infiltração da água. “A gente não quer prejudicar ninguém, mas também não queremos ser prejudicados. Tem dias que não tem nem como sair de casa, a não ser que o bombeiro venha nos ajudar”.

Dona Rita disse que tentaram arrumar essa situação, mas o problema é apenas minimizado, e quando volta, sempre está pior do que antes. “A gente pede ajuda, mas ninguém vem. Colocaram uns sacos de areia nesses canos, mas isso não resolve. E essa água é suja, como a gente consegue sair de casa, não tem jeito”.

Juliana, outra moradora do bairro, passa pelas mesmas dificuldades, entretanto, para ela o problema acaba atingido também seus três filhos, que muitas das vezes não conseguem sair de casa para ir a escola. “Eles faltam escola porque não tem como sair de casa. Fora o bullying que eles sofrem porque sempre chegam sujos na escola, com barro nas roupas e sapatos. A gente fica ilhado aqui, sem condições de sair de casa”.

Prefeitura – O Saae (Serviço Autônomo de água e Esgoto) de Aparecida se isentou de qualquer responsabilidade referente a esse problema da irrigação do arrozal que fica próximo ao bairro. E acordo com o diretor da autarquia, Wellington Nogueira o problema deve ser resolvido pelos proprietários do arrozal e também do Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica).

“Infelizmente nós vemos que os moradores passam por uma situação difícil. Mas o Saae não tem nenhuma responsabilidade. O que acontece é que existem duas valas que são usadas para irrigar a plantação de arroz, e eles estão com trincas e apresentam infiltração”.

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