Pacientes passam horas em filas para marcar consultas em Guará

Usuários reclamam que, mesmo chegando de madrugada não conseguem vagas; idosos são maioria na procura os serviços

Pacientes aguardam em fila para agendamento de consultas e atendimento em Guaratinguetá (Colaboração)
Pacientes aguardam em fila para agendamento de consultas e atendimento em Guaratinguetá (Colaboração)

Carlos Pimentel

Guaratinguetá

 

Com o objetivo de conseguir uma consulta ou exame, centenas de pessoas, em Guaratinguetá têm enfrentado horas de filas em frente aos Postos de Saúde desde a madrugada. Mas os usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) na cidade nem sempre conseguem fazer marcação de alguns procedimentos, mesmo chegando de madrugada.

De acordo com dona de casa Roseli Vasconcelos, ela tenta há três meses marcar um ultrassom no Posto de Saúde do Parque São Francisco, mas, mesmo sendo a primeira na fila, não consegue fazer o agendamento. “A gente chega na fila de madrugada, mas mesmo assim não conseguimos vaga. O acolhimento nos postos nem sempre funciona”, comentou.

Grande parte dos pacientes que procuram os serviços é formada por idosos, mas na marcação de consultas não existe prioridade. Pelo menos é o que afirmou a também aposentada Maria Aparecida Pinheiro, que garantiu que, apesar de ter preferência em decorrência de sua avançada idade, ainda é obrigada a dividir o espaço com cidadãos sem nenhum respeito aos direitos dela. “Eu fico lá no final da fila e tem gente que vem aqui e fica lá na minha frente”, reclamou.

Segundo a doméstica Maria Helena, no Posto de Saúde do bairro Engenheiro Neiva, são frequentes as enormes filas que varam a madrugada. Ela contou que nesta semana, uma idosa de setenta anos chegou à unidade à 1h, mas também não conseguiu marcar a consulta. “Neste posto é comum às pessoas aguardarem desde a madrugada na fila, mas o pior não é esperar na fila e sim, nunca ter vagas. Isso é um absurdo, porque as pessoas pagam os impostos, mas não são convertidos em benfeitorias para a população”.

O vereador Marcus Soliva apresentou requerimento na última terça-feira, questionando os estudos que possam viabilizar a contratação de procedimentos médicos na rede particular de saúde quando a rede pública não possuir as vagas. “É notório que nossa gente tem esperado demais para a marcação de alguns procedimentos que necessitam de certa urgência. A saída, no meu ponto de vista, seria uma intervenção do Poder Público ao realizar triagem bem feita, que viabilizasse que os casos mais urgentes fossem atendidos na rede particular, diminuindo a demanda e atendendo as necessidades da população”, salientou.

De acordo com o secretário de Saúde, Edson Riccomi, algumas especialidades estão trabalhando com a demanda reprimida, pois faltam profissionais. Para algumas especialidades, é possível comprar a consulta dos prestadores de serviço (Santa Casa e Hospital Frei Galvão), mas em outras não há a possibilidade. “Reumatologista, por exemplo, não há profissionais em nossa região, nem mesmo no Hospital Regional. Temos uma solicitação para o concurso para as especialidades que estão em falta no inicio do ano, mas, não podemos dar certeza que as vagas serão preenchidas”, ressaltou.

O secretário alertou sobre o grande número de abstenções. Cerca de 16 mil agendamentos são realizados todo mês, para consultas em diversas especialidades na rede pública em Guaratinguetá. Mas de acordo com uma pesquisa feita pela secretaria de Saúde, 50% dos pacientes faltam, deixando as vagas abertas.

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