Fórum em Aparecida debate alterações no clima e impacto ambiental na região

Pesquisador do INPE, Gilvan Sampaio, alerta para perigos causados pela urbanização e elevação das temperaturas

Fórum Meio Ambiente - Leandro Oliveira
Gilvan Sampaio explica reação em cadeia que gera o aumento da temperatura na região (Foto: Leandro Oliveira)

Leandro Oliveira

Aparecida

Aparecida sediou o Fórum Clima, evento que durante o dia, teve profissionais da área ambiental, climática, meteorológica e de mobilidade urbana realizarando painéis e palestras sobre pontos ligados a alterações climáticas e o impacto ambiental causado por elas. Gilvan Sampaio de Oliveira, pesquisador do centro de ciências do INPE, foi um dos convidados e alertou sobre a urbanização e as consequências negativas disso no Vale do Paraíba.

O Fórum Clima, realizado na última quinta (10), teve como objetivo colocar em pauta discussões sobre mudanças climáticas e o impacto que essas alterações causam no planeta. Ao todo, 15 convidados falaram sobre os temas que estão ligados direta ou indiretamente com o clima. O evento contou com a participação de membros de ONG’s como SOS Mata Atlântica, WWF, Engajamundo e Greenpeace.

Pesquisador do centro de ciências do sistema terrestre, responsável por estudos feitos sobre mudanças climáticas, Gilvan abordou a elevação das temperaturas e as consequências desse evento no planeta. Durante sua apresentação, ele mostrou gráficos que ligavam o aquecimento global a uma série de fatores, principalmente desmatamento e urbanização.

Nos últimos dias, as cidades da região enfrentaram fortes chuvas. A tendência, segundo Gilvan, é que esses fenômenos aumentem a cada ano e se tornem ainda mais fortes. “A temperatura média do planeta vem aumentando, devido a gases poluentes, indústrias, termelétricas, automóveis e inúmeros fatores. A urbanização ajuda na elevação, já que quando há a troca de vegetação por asfalto, por ser mais escuro, o asfalto absorve mais energia e acaba se tornando ilha de calor urbano. Se existe o aumento de temperatura, as chuvas se tornam mais fortes e isso ocasiona em enchentes, inundações, erosões e deslizamento de encostas”, explicou.

Ainda segundo ele, onde existe grandes centros urbanos, o risco de ocorrer chuvas intensas, grandes estiagens ou outros fenômenos naturais é grande. Questionado sobre a situação da região, que fica entre os dois principais pólos urbanos e industriais do país, São Paulo e Rio de Janeiro, ele respondeu. “É bastante preocupante. Porque o abastecimento de água na região é um problema e está relacionado às duas grandes cidades, principalmente ao Rio de Janeiro. Mas já há projetos de transposição do Rio Paraíba para abastecer a cidade de São Paulo e Campinas”.

Outro fator no Paraíba do Sul preocupa o pesquisador. Segundo Gilvan, não existe estudos para restauração das áreas que estão às margens do rio. “Há muito a se preocupar, principalmente se olhar ao longo do rio e observar que há muita degradação de mata ciliar e não existe nenhum projeto de revitalização, nem a curto, médio ou longo prazo”, finalizou.

No final do evento foi assinado um termo de adesão de Aparecida ao Plano Municipal da Mata Atlântica. Essa área está localizada no bairro dos Forros, próximo à Roseira, e segundo o secretário de Meio Ambiente da cidade, Marcelo Marcondes, tem oito hectares.

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