Esgoto correndo nas ruas vira rotina no Santa Edwiges

Sem rede de coleta, casas em bairro de Aparecida ainda utilizam sistema de fossa; falta de limpeza revolta da população

Esgoto corre pelas ruas do Santa Edwiges; irritados, moradores cobram Saae por implantação de sistema (Rafael Rodrigues)
Esgoto corre pelas ruas do Santa Edwiges; irritados, moradores cobram Saae por implantação de sistema (Rafael Rodrigues)

Rafael Rodrigues
Aparecida

Moradores do afastado bairro Santa Edwiges em Aparecida têm sofrido diariamente com a falta de limpeza das fossas das casas que estão transbordando e levando o esgoto para as ruas. Há dois meses o Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgotos) não faz a coleta dos dejetos e com isso o incomodo só tem aumentado no bairro.

Conviver com mau cheiro e a possível transmissão de doenças se tornou rotina na vida das mais de 150 famílias que residem no local.

O comerciante Nilton Cesar classificou como calamidade a situação que ele e os vizinhos enfrentam diariamente no Santa Edwiges, mesmo com os inúmeros pedidos para autarquia realizar o serviço. “Realmente nossa situação é de calamidade, porque o Saae veio há dois meses, mas depois parou o serviço. Sempre que ligamos eles abrem ocorrência mais nada é feito. Eu mesmo já liguei mais de oito vezes e nunca vieram aqui resolver o problema”.

Uma das mais antigas moradoras do bairro, a aposentada Tereza Ribas disse que mesmo com os apelos de entidades referentes à preservação do meio ambiente, as autoridades de Aparecida não realizam o serviço. “O esgoto fica correndo a céu aberto, e no ano em que a Campanha da Fraternidade pede saneamento básico. Nós aqui convivendo com uma situação dessa”.

A moradora contou que a coleta dos dejetos das fossas deveria ser feitos pelo menos uma vez por semana, principalmente nos períodos de chuva. “Mas agora em época de seca, demora mais pra encher, mas no tempo do verão, em dois dias as fossas estão transbordando”.

Os dois moradores, assim como os demais, são unanimes em dizer que a saída para o problema seria a implantação de uma rede de esgoto.

Saae – O diretor da autarquia de Aparecida, Wellington Nogueira reconheceu o problema, mas afirmou que tem muitas dificuldades de realizar o serviço, principalmente pela falta de maquinário. “Realmente os moradores sofrem muitas consequências, mas não devemos esquecer que houve um crescimento desordenado. O Saae não seria o responsável direto para fazer essa coleta de fossas, uma vez que não estamos preparados, mas através do nosso caminhão procuramos minimizar os problemas”.

Ele disse que a limpeza das fossas não é feita há dois meses por conta do caminhão que é utilizado estar em manutenção. “Nosso veículo é muito antigo e devido a nossa grande demanda sofremos com a manutenção de algumas peças. Vamos procurar loca um caminhão para fazer esse trabalho no bairro emergencialmente, mas depois vamos analisar a situação para ver o que poderemos fazer”.

Sobre a rede de esgoto, Nogueira não deu nenhuma esperança aos moradores. Mesmo com a afirmativa da existência de um projeto, ele fez questão de dizer que é necessário a legalização do bairro e recursos na ordem de R$ 2 milhões, ambas ainda em previsão de acontecer. “Temos vários projetos para contemplar o bairro com a implantação de uma rede de esgoto, mas temos dois motivos que nos impede: a legalização do bairro e a questão financeira. Precisamos de um repasse do Estado”, concluiu.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?