Conselho Tutelar denúncia aluguel de crianças por ciganas em Aparecida

Em apenas dois dias foram registrados 45 casos pelo órgão; Ministério Público do Trabalho recebe relatos da prática no Centro da cidade

Mulherea carregam crianças pelo centro de Apaprecida; Ministério Público investiga trabalho infantil em Aparecida (Foto: Reprodução)

Andréa Moroni
Marcelo Augusto dos Santos
Aparecida

O Conselho Tutelar de Aparecida apresentou uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho de São José dos Campos sobre a mendicância com crianças na cidade. A ação ficou caracterizada como trabalho infantil.

a presidente do Conselho, Manuela Figueira, destacou que, em um final de semana o órgão registrou 45 denúncias de ciganas com crianças. “A tendência é de crescimento dessa prática com o aumento do fluxo dos turistas”, contou.

Manuela explicou que uma avaliação tem apontado que ciganas que praticam mendicância em Aparecida são de cidades vizinhas. “Elas alugam ou emprestam crianças para conseguirem maior lucro ou doação. Estão colocando as crianças para vender balas, pano de prato quando são maiores. Já os pequenos ficam em seus colos, sujos, as vezes sem roupa, somente fralda, com fome, para pedir e mobilizar os fiéis, que infelizmente ajudam”, revelou.

De acordo com a análise do Conselho Tutelar, as crianças ficam sem escola, direitos básicos e sem direito de escolha. O órgão destaca que é necessário mobilizar a cidade e turistas que não ajudem e denunciem a prática e o uso das crianças para pedir, furtar e vender

“O problema dos pedintes e dos malhadores de fitinhas é que eles ficam abordando os romeiros de forma desrespeitosa e até agressiva. Eles tomam dinheiro do romeiro contra a vontade deles. Essas pessoas são um problema social aqui no centro”, contou o lojista Tato Chad Braga, que trabalha há quarenta anos no Centro Histórico de Aparecida. “Primeiro, porque eles se vestem de forma para poder causar uma impressão de pena nas pessoas e eles são agressivos, brigam entre eles, brigam com os comerciantes e isso deteriora a imagem do centro da cidade”, comentou.

Para Larissa Pegoraro, romeira que veio de Ponta Porã – SP, a aparência e o uso das crianças acabam convencendo quem visita a cidade turística. “A gente fica com dó dessas pessoas, pois eles aparentam estar necessitando mesmo. A gerência do hotel em que estamos hospedados nos orientou sobre as pessoas que ficam oferecendo fitinhas na porta da igreja”.

Manuela Figueira alerta que é necessário que a população e os romeiros denunciem essa prática de exploração infantil e não deem esmola. As denúncias podem ser feitas pelo telefone (12) 3104-4111 (Conselho Tutelar), Polícia Militar ou GCM (Guarda Civil Metropolitana).

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