Polícia Federal indicia prefeito de São José do Barreiro por peculato
Lê Braga é acusado de utilizar veículos oficiais para proveito próprio; caso segue para análise do Ministério Público Federal
Da Redação
São José do Barreiro
Acusado de utilizar veículos oficiais de forma indevida durante o Carnaval, o prefeito de São José do Barreiro e presidente do Consórcio Novo Vale, Alexandre Braga, o Lê Braga (PSD), foi indiciado pela PF (Polícia Federal) no último fim de semana por peculato (crime contra a administração pública).
Depois de cerca de um mês de investigação, a PF concluiu haver indícios suficientes de que Lê Braga cometeu crime contra a administração pública ao usar, em 14 de fevereiro, uma van da secretaria de Saúde para se deslocar, acompanhado da esposa e amigos, de São José do Barreiro ao Aeroporto de Congonhas, na capital paulista, e também um carro para retornar quatro dias depois.
Após concluir o trabalho investigativo, a PF encaminhou no último sábado (30) a denúncia de peculato ao MPF (Ministério Público Federal), que analisará o documento e decidirá se denunciará ou não o prefeito à Justiça. Caso seja condenado pelo Judiciário, Lê Braga corre o risco de ser multado e preso por até 12 anos.
Um dos elementos que contribuíram para o indiciamento do político foi o depoimento prestado à PF pelo motorista da Prefeitura. O servidor municipal confirmou à corporação que em 14 de fevereiro levou Lê Braga, a esposa e três casais de amigos à Congonhas em uma van da secretaria de Saúde e que no dia 18 de fevereiro buscou o prefeito e parte do grupo no mesmo aeroporto em um carro da frota municipal. O ato foi considerado indevido pela PF, já que o serviço imposto ao funcionário municipal e o uso dos veículos oficiais, abastecidos através de verba federal, não poderiam ocorrer em proveito próprio por parte do prefeito, que, segundo a investigação, foi ao aeroporto para embarcar em um voo para Porto Seguro-BA, onde passou o Carnaval.
Até o fechamento desta edição, o prefeito de São José do Barreiro e presidente do Consórcio Novo Vale não havia se manifestado publicamente sobre seu indiciamento.
Histórico – Na noite de 18 de fevereiro, os moradores da região foram surpreendidos pela notícia da prisão de Lê Braga. Após denúncias anônimas sobre o uso indevido de parte da frota municipal, a PF abordou no trecho de Pindamonhangaba da rodovia Presidente Dutra o carro oficial, dirigido por um servidor municipal, que transportava o prefeito, a esposa e um casal de amigos. Encaminhado à Delegacia da PF de Cruzeiro, o político ficou detido em uma cela por quatro dias.
Por considerar que o prefeito não representava risco à sociedade e pelo fato de que ele não possui antecedentes criminais, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região concedeu, em 22 de fevereiro, liberdade provisória a ele.