Indústria tem queda de empregos na região
Implantação de lay-offs e demissões marcam crise; em Cruzeiro, acordo deve segurar baixa
Da Redação
Região
Uma pesquisa realizada pelo Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) mostrou que a indústria vem sendo um dos vilões nos dados da geração de empregos na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte). De janeiro à junho, a região perdeu cerca de 4,4 mil vagas.
A abertura dos postos de trabalho é o cálice sagrado das cidades em meio à crise que varreu a economia nacional.
Entre os setores que mais atrai a atenção de investidores e prefeituras, a indústria ganha destaque, com demissões e busca de contratos para a implantação de novas unidades.
Entre as sub-diretorias definidas pela Ciesp (são três: Taubaté, São José dos Campos e Jacareí) para o levantamento, a de Taubaté, composta por 28 cidades, registrou uma baixa de -4,96% no nível de emprego industrial no primeiro semestre, com uma queda de aproximadamente 2,7 mil postos.
A queda seria, de acordo com o estudo, motivada pelas variações negativas na metalurgia (-3,01%); equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-1,90%); produtos alimentícios (-0,86%) e máquinas e equipamentos (-0,51%).
O mau momento seguiu em junho. A região fechou o mês com 850 postos de trabalho fechados, somente na sub-região de Taubaté foram trezentos empregos a menos.
Entre as cidades com o sinal de alerta ligado na indústria, Cruzeiro tenta se restabelecer após a série de demissões na Maxion. A fabricante de peças automotivas só paralisou a dispensa de funcionários após um acordo de redução de salários.
Em Pindamonhangaba o setor também enfrenta variações. Gerdau e a indústria portuguesa Martifer decidiram pela implantação de lay-off (suspensão do contrato de trabalho). Somente na segunda, 80 dos 300 funcionários da empresa (27% do efetivo) participaram do sistema.
Em Lorena, a demissão voluntária de cinquenta funcionários da Comil assustou o cenário industrial. A empresa vem conseguindo se recuperar com novos contratos que devem injetar ânimo na economia da cidade. “Lorena não tinha a possibilidade da mão de obra como a de hoje. A Comil chegou, garantiu empregos, assim como a AGC em Guaratinguetá, a Liebherr, a Maxion. A região está tentando recuperar, não é fácil, mas vai conseguir”, avaliou o presidente da Acial (Associação Comercial e Industrial de Lorena) Sergio Rocha.