Cineclubes são alternativas para amantes do cinema na região

Prefeituras apostam em projetos para alavancar cultura cinematográfica; pioneira, Fatea mantém proposta há 52 anos

Imagem traz à memória o início do cinema; Fatea e Secretaria Municipal de Cultura abrem espaço para projeto do CNC (Reprodução)
Charlie Chaplin e Virginia Cherrill em cena do filme Luzes da cidade, com roteiro e direção de Chaplin, 1931.

Elisabeth Almeida
Região

Em tempos de shoppings com modernas salas de cinema quase sempre lotadas a cada estreia, os amantes da sétima arte buscam uma forma mais singela de acompanhar e debater clássicos. Prefeituras e entidades da região apostam na criação de cineclubes como alternativa de entretenimento.
De acordo com o CNC (Conselho Nacional de Cineclubes), a ideia surgiu em resposta às necessidades que o cinema comercial não atendia. A proposta era tornar a sétima arte acessível a todos, com a criação de cineclubes em faculdades, escolas municipais e rurais ou centros culturais.
A última cidade a implantar o Cineclube na região foi Cachoeira Paulista, com a exibição do clássico “Luzes da Cidade”, de Charlie Chaplin. As sessões ocorrem aos sábados no Centro Cultural Gertrud Schubert dos Santos.
Outras cidades da região contam com o cineclubes. Em Cruzeiro, cidade que conta com o único cinema comercial de rua que sobreviveu aos shoppings, o cineclube conta com apresentações toda quarta-feira, no Museu Major Novaes. Já em Pindamonhangaba, o projeto ganhou o nome de “5ª Sessão”, uma parceria do Fundo Social de Solidariedade com o programa Pinda Consciente, tendo como público alvo os jovens acima de 16 anos. Os longas-metragens são exibidos quinzenalmente, às 14h, no Palacete 10 de Julho. Este mês as exibições serão nos dias 24 e 31.
Os filmes são escolhidos pela própria secretaria, seguindo o tema estipulado para o mês. Em março, o assunto abordado será “sonhos e projetos”. “O objetivo ao estipular o conteúdo é trazer cultura de qualidade gratuitamente à população, e principalmente conscientizar e transmitir aos jovens o senso crítico”, explicou o coordenador do Pinda Consciente, Nathan Moreira Cortez.
Lorena conta com dois projetos: um da Prefeitura e outro da Fatea (Faculdade Integrada Teresa D’Ávila).
O projeto da secretaria de Cultura disponibiliza obras exibidas no Cine Cultura, às quintas-feiras, na Casa da Cultura. A secretaria tem em paralelo o Cine Escola, que leva filmes pedagógicos aos alunos da zona rural. “Para as crianças focamos em obras que complementem o que é abordado em sala de aula. Investimos nesta ideia por acreditarmos que o ser humano pode ser modificado pela educação e a cultura”, explicou a secretária de Cultura, Mila Trepichio.
Ainda segundo Mila, o projeto não tem financiador e sim parceiros. “Temos uma parceria com o Pontos Mis, do Museu da Imagem e do Som de São Paulo e o Sesc de Taubaté. Eles são responsáveis pela seleção dos filmes, em contrapartida nós disponibilizamos o local e também os ajudamos sempre que possível”.
Pioneiro – Primeiro projeto da região, o Cineclube da Fatea (Faculdades Integradas Teresa D’Ávila) realiza de forma independente, todas as sextas-feiras, apresentações no Teatro Clarice Lispector.
A instituição se destaca por ser a pioneira na região, implantando o projeto em 1964, em plena Ditadura Militar, como suporte às aulas teóricas da instituição. “Era um período em que os alunos viviam em intenso engajamento político dentro e fora das universidades. Durante esta época, era um dos poucos locais em que a sociedade podia refletir sobre a realidade”, contou a coordenadora do Cineclube, Olga Arantes.

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