Que comece o jogo!

Como bem observam os analistas de renome, a crise do Brasil não se limita à área financeira, já que a crise política é tão grave quanto à econômica e se arrasta há mais tempo. O caos político no país, alastrado nos governos de todas as esferas, retrata o caráter corrupto daqueles que chegam ao poder.

A falta de credibilidade nas instituições leva o povo a desmerecer seu poder de voto, e são muitos cidadãos que hoje sequer acreditam no Judiciário, depois do desrespeito à ordem do STF.

É um ciclo vicioso que se arrasta desde o voto do cabresto. Quem está no poder inventa meios de se manter nele, e para facilitar a manipulação, acabam com a educação, pois quanto mais ignorante for o povo, mais fácil enganar.

Com a tecnologia, o marketing eleitoral permite criar personagens que se desfazem logo nos primeiros dias de governo. Olhando de perto, vemos que a questão principal está na crise moral. Não existem limites para ofensas, para calúnias, para os serviços sujos, não existe pudor para falta de palavra e compromisso, já que os fins justificam os meios para muitos que assumiram suas cadeiras.

Só que uma pessoa sem caráter e sem limites, ainda que esteja bem fantasiado no poder, logo tropeça nas próprias armadilhas.

A fase do sorriso para o povo passou, a fase de alianças firmadas foi esquecida, o que interessa agora é jogar nesse reality show de queda de braços que durará quatro anos. Nas redes sociais, os fantoches se intitulam de “família do bem”, na prática tentam espalhar terror e ameaças, com promessas de atitudes “fatais” como forma de intimidação.
Não existe liberdade democrática sem respeito, e o respeito ninguém consegue fingir por muito tempo. É questão de berço.

Oposição inteligente não precisa gritar, tem argumentos; não precisa mentir, não precisa injuriar. Mas infelizmente assumir os bons feitos do adversário é inaceitável, e a promessa é de guerra.

Não é sem razão que alguns psicólogos, avaliando a postura e frieza de alguns políticos no poder, chegam a analisar e concluir pela existência de traços de sóciopatia. Hitler conseguiu sua façanha com bons discursos e muitos fãs alucinados, imagino o que Hitler faria se tivesse rede social. (Aliás, gostam muito de fazer plágio ironizando a conjuntura política local com trechos do filme que o retrata na segunda Guerra Mundial, isso só mostra que tem mais fãs de Hitler do que críticos capazes de mostrar o rosto e autoria de suas ideias).

O poder cega, o poder engana, o poder traz para fora os monstros escondidos dentro do indivíduo que toma o poder como uma forma de vingança e prazeres pessoais. São os primeiros a clamarem por democracia, mas se pudessem, usariam a guilhotina, pois não sabem conviver com o oposto.

O interesse social do povo fica para o segundo plano, pois o interessante é constatar quem manda mais. O controle de poderes idealizado pela Constituição Federal, na prática se torna uma disputa ávida pelo pescoço do outro que não é da mesma linha partidária.

Enfim, quando faltam homens de bom caráter no poder, o povo padece. Mas infelizmente, não podemos ignorar que é justamente o povo que leva homens sem caráter ao poder. A única esperança seria acordar o gigante adormecido para a defesa da moralidade local.

O mandato nem começou e a agitação dos bastidores já revela que o Halloween político já voltou a reinar em muitas cidades. Pena que as bruxas ainda encantam muitos com discurso de falsa moralidade, utilizando o que podem para manipular o imaginário coletivo. Mas os fatos falarão por si, e ainda que ameaçados, seguiremos na função de informar, doa a quem doer.

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