Atos e Fatos
“A mudança climática está aqui. É aterrorizante. E é apenas o começo. A era da ebulição global chegou”
Antônio Gutierrez, Secretário Geral da ONU
Professor Márcio Meirelles
A ERA DA EBULIÇÃO
Ao leitor licença para tratar de um assunto preocupante.
Fugir dos temas políticos para falar da questão climática.
A era da ebulição que poderia ser confundido com os últimos acontecimentos dos fatos de apuração dos crimes da apropriação das joias e o frustrado golpe de 8 de janeiro.
O julgamento no Supremo Tribunal Federal está mostrando a sociedade que os fatos ocorridos em 8 de janeiro superam a apuração dos crimes de peculato.
O Secretário Geral das Nações Unidas, o português Antônio Gutierrez, tem se preocupado com a questão climática manifestando-se sobre o tema e a velocidade das mudanças climáticas. Chega a ser surpreendente!
A era do aquecimento global acabou.
A era da ebulição global chegou.
As consequências das temperaturas recorde são claras e trágicas com impacto direto na saúde das pessoas, no ambiente e nas economias.
O mês de julho de 2023, no hemisfério norte, a constatação, o mês mais quente já registrado na história.
A temperatura oceânica também aumentou, registro da Organização Meteorológica Mundial e ao Serviço Copernicus da Comissão Europeia.
Portanto, não estamos falando de algo que possa acontecer: já acontece!
A Organização Meteorológica Mundial apresenta dados como uma “antevisão do futuro” e estima com uma probalidade de 98% a possibilidade de nos próximos cinco anos ser mais quente podendo ultrapassar temporariamente a marca de 1,5°C, acima dos períodos pré-industriais.
De acordo com os estudiosos, o principal fator de aumento das temperaturas são as emissões causadas pelo próprio homem.
A necessidade de os líderes mundiais assumirem a responsabilidade na promoção de ações para mudar o cenário atual.
Não se justifica hesitações, desculpas, aguardar que as nações mais poluentes atuem: não há mais tempo para isso, afirma o Secretário Geral da ONU.
Apesar dos progressos em alguns países, no caso o Brasil, com a implantação das energias renováveis, controle do desmatamento, controle da poluição, nenhum deles é tão abrangente como necessários.
A importância dos países desenvolvidos se comprometerem a atingir emissões líquidas nulas o mais próximo possível de 2040 e as economias emergentes o mais próximo de 2050, com o apoio dos países desenvolvidos.
A importância dos países do G20, responsáveis por 80% das emissões globais, intensificar as ações de proteção ambiental.
O líder das Nações Unidas insiste nas medidas de adaptação e proteção contra o calor, inundações fatais, tempestades, secas e incêndios florestais aos países.
Os outros países que fizeram menos para causar a crise e que têm menos recursos para lidar com ela devem receber o apoio necessário para realizar ações contra o aquecimento global.
Aliás, tese defendida pelo presidente Lula no G20, e entre organismos que o país participa.
A posição do presidente tem sido prática recorrente nos encontros internacionais, traduzido na sua linguagem simples, mais ou menos assim: “vocês que destruíram suas florestas devem dar aos países pobres recursos para a conservação do nosso meio ambiente!”.
Evidente que se trata de uma posição política, mas não esquecer que o nosso país é 4° maior responsável do mundo pelo aquecimento global com 5% das emissões de carbono desde a metade do século XIX por colonos que cultivavam borracha, tabaco e outras culturas, mais o desmatamento com forte incidência a partir de 1950, incluindo a pecuária, extração de madeira e plantação de óleo de palma.
O (INPE) Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais produziu o Relatório do Clima do Brasil, no qual apresenta cenários para o clima brasileiro e nordestino para o final do século XXI, com os seguintes impactos: a produção agrícola de subsistência de grandes áreas pode tornar-se inviável; o aumento da temperatura provocará maior evaporação (diminuição da água nos açudes e reservatórios) e sujeitos a chuva torrenciais; elevação do nível do oceano; aumento do número de refugiados do nordeste; as mudanças na intensidade das chuvas durante o ano podem afetar o equilíbrio entre o fornecimento e a demanda de eletricidade (hidrelétricas); os ciclos das chuvas na agricultura, pois cada cultura exige uma determinada característica climática e outros desastres.
O governo não está preocupado com esta ebulição.
Está mais preocupado com a ebulição do centrão!