Atos e Fatos
“Governar é a arte de criar problemas cujas soluções mantenham a população em suspense”
Ezra Pound
Professor Márcio Meirelles
O BRASIL ENCOLHEU!
Somos 203 milhões!
O censo de 2022 mostrou que dos 5.570 municípios 2.399 perderam habitantes entre 2010 e 2020.
Este fenômeno ocorreu em todas as regiões do país.
Não foi surpresa os prefeitos que tiveram em suas cidades diminuição de habitantes ameaçassem ir à Justiça pedir revisão do Censo.
A preocupação não era social e muito menos econômica, mas, sim, fiscal, pois perto de 770 cidades deverão receber menos recursos do Fundo de Participação dos Municípios.
O FPM (Fundo de Participação dos Municípios) representa 70% da fonte de receita do município.
As perdas estimadas em 3 bilhões se concentram na região norte e nordeste.
Um problema crônico criado pelos municípios que já não tinham condições de arcar com suas despesas e vivem “franciscanamente” dependendo dos repasses governamentais.
A preocupação da classe política, representada por prefeitos e câmaras municipais, totalmente infundada, pois demostra a imaturidade política da própria classe política.
A primeira consequência deste espanto, por parte da classe política, o esquecimento do período pós Constituição de 88 da “fábrica” de municípios desmembrados.
O desmembramento de municípios atendida os anseios políticos das lideranças locais.
Desmembrar municípios se tornou um negócio político que necessitou, diante do abuso, medidas de contenção.
O censo mandou a conta. Quem vai pagar: a sociedade!
No âmbito federal a necessidade da reforma previdenciária o sinal de que a previdência sofreria pela queda descendente da fertilidade e o aumento da longevidade.
Estava escrito nas estrelas, para quem quisesse ver, seriamos um país pobre e de velhos.
Os nossos governantes, nas três esferas, dirigiram o país de costas para a demografia, com exceção das universidades que estudavam o problema e informavam do desastre, principalmente, na questão previdenciária.
O país demorou 25 anos para entender o desastre e elaborar uma reforma previdenciária que precisa de uma nova reforma.
Nenhuma política pública no sentido de mitigar o êxodo rural, a migração norte/nordeste para o sul/sudeste e agora a migração ao centro-oeste em busca de oportunidades de trabalho.
O baixo crescimento do país trará consequências no número da PEA (População Economicamente Ativa) com baixa escolaridade e produtividade, ao lado do crescimento do número de aposentados.
Com a baixa fertilidade, a perspectiva para 2050, de 1 filho por casal e o aumento da longevidade do brasileiro para mais de 75 anos, deixa o país vulnerável em termos de disponibilidade de capital humano.
A importação de mão de obra estrangeira é uma saída.
Ainda, nos dias de hoje, dentro da PEA (População Economicamente Ativa) um contingente próximo de 10 milhões de pessoas classificadas, na faixa de 19 a 24 anos, “geração nem-nem”, nem trabalha e nem estuda.
O momento em que o país tem uma força de trabalho jovem, logo, um pequeno número de aposentados. é o que os demógrafos chamam de janela de oportunidade, ou bônus demográfico.
A população dependente (menores de 14 anos e os incapacitados de produzir) mais o número de aposentados dividido pela PEA é menor que 1 abre-se a janela que é de oportunidade para crescer.
Esta janela abriu na década de 60 para o país, período que mais crescemos e está fechando em 2030.
A estimativa do Banco Mundial para 2060 é que a população brasileira atinja 180 milhões de habitantes.
Parece ser assustador, mas se o país crescer a partir deste momento a renda per capita será alta o que trará ao país a tão desejada prosperidade e o tão almejado bem-estar social.
Um outro aspecto que o censo mostrou é na questão do mapa eleitoral.
O censo mostrou que 25% dos eleitores moram em cidades com menos de 100 mil habitantes e representam 43% da população (total 203 milhões) e 57% da população em núcleos de classe média urbana.
A força do interior traduzida pela agricultura, pecuária e a indústria extrativista, indicativo que os políticos devem estar atentos a mudança do meio ambiente dos eleitores e não mais a personalidade do político extremista.
O censo mostrou que o eleitor brasileiro é outro!