Funcionários da Pássaro Marron paralisam linhas para cobrar segurança

Motoristas relatam constantes assaltos durante o percurso intermunicipal; Lorena-Guará é foco de assaltantes

Policiais militares abordam sindicalistas durante manifestação de condutores na rodoviária de Lorena (Foto: Thiago Datena)
Policiais militares abordam sindicalistas durante manifestação de condutores na rodoviária de Lorena (Foto: Thiago Datena)

Andreah Martins
Lorena

Os motoristas da empresa Pássaro Marron paralisaram parte do itinerário regional nesta quarta-feira, em Lorena. Devido a constantes assaltos sofridos na estrada SP-62 na última semana. Os condutores interromperam a linha que liga Lorena a Guaratinguetá.

Segundo o diretor do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários de Guaratinguetá, Manoel Galvão, a paralisação faz parte de um movimento para cobrar maior segurança para os motoristas e passageiros no percurso marcado por constantes assaltos. As linhas que ligam Guará a Lorena, Guará a Aparecida e Cachoeira Paulista sofreram a interrupção pela manhã.

Durante a reunião a respeito de reajuste salarial, foi exigido uma providência à empresa sobre a segurança do transporte, já que na madrugada da última segunda-feira, um motorista foi agredido por assaltantes armados, durante uma das viagens. “Ameaçaram ele. Deram empurrão, rasgaram o bolso da camisa, que tinha dez reais.

Falaram ‘dá um tiro nele, ele não tem dinheiro mesmo’. Fizeram pressão psicológica nele. Isso assustou todo mundo”, relatou Galvão, que afirmou ainda que os horários dos assaltos já não são somente no período noturno, o mais comum. “Eu fui assaltando duas e meia da tarde, perto do batalhão. Um rapaz, com um revólver na minha cara, levou tudo o que eu tinha, dos passageiros e do cobrador”.

Os sindicalistas questionaram ainda a real segurança oferecida pelo uso das câmeras de monitoramento. Para o motorista Marco Antônio elas são importantes para inibir esse tipo de abordagem. “As imagens é para dar segurança para os passageiros e funcionários, para inibir qualquer tipo de divergência que aconteça no carro. Ela é necessária para o carro, mas nem a câmera está adiantando mais”.

Ele lembrou os principais pontos de assaltos no percurso: o bairro da Cecap, Chácara do Papai, Vila São José e o ponto dos Três Garças. A dificuldade relatada pelo condutor é maior com a ação dos assaltantes que se misturam entre os passageiros na hora do embarque. “Você não sabe distinguir se é passageiro ou assaltante. É obrigado a parar para o passageiro. O assaltante entra no carro e já anuncia o assalto. Um vai até o cobrador e o outro, com uma arma na cabeça do motorista”, contou.

O diretor do Sindicato dos Condutores afirmou que a empresa exigia restituição para a liberação das imagens. “A partir de agora, o Sindicato protocolou o documento exigindo que o comandante peça essa filmagem, porque tem filmagem, para saber se é o mesmo assaltante. Identificar tanto o assalto de hoje, quanto os anteriores”.

A capitã da Polícia Militar, Adriana Sérvia, confirmou o pedido das imagens para auxiliar a localização e o indiciamento dos roubos. Ela advertiu à população a denunciar qualquer atitude suspeita ou em caso de assalto. “Ligar no 190, passando o local onde a pessoa está, as características, a roupa que ele estiver trajando, o sentido que ele tomou depois. Essas observações são importantes para gente conseguir efetuar algumas prisões”.

Prefeitura – Questionada quanto às reivindicações do protesto, a Prefeitura informou que não há vínculo com a empresa Pássaro Marron. A responsabilidade do órgão é somente a assuntos relacionados a empresa contratada para o transporte público, a ABC Transportes. A fiscalização nesse caso é responsabilidade da Polícia Militar. Quanto à segurança do município, a administração afirmou que trabalha para o aumento no efetivo da Guarda Municipal para auxiliar no patrulhamento das ruas, principalmente nos arredores de instituições de ensino.

Normalização – Após a Assembleia, a circulação da linha intermunicipal foi normalizada na tarde desta quarta-feira, garantindo que não houvesse punições aos participantes da paralisação. O Sindicato afirmou ainda outra suspensão, caso ocorra novos assaltos. “Estamos de olho, se der um assalto aí, a gente vai parar a empresa. Mas aí, vai ser uma paralisação maior”.

Compartilhar é se importar!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

× Como posso te ajudar?