Justiça ordena retomada no atendimento de Covid-19 no Frei Galvão

Hospital enfrenta falta de insumos para sedação de pacientes; unidade crítica ação movida pela Prefeitura

O Hospital Frei Galvão, que havia suspendido os atendimentos à Covid-19; Justiça reverte medida (Foto: Arquivo Atos)

Lucas Barbosa
Guaratinguetá

Após pedido da Prefeitura de Guaratinguetá, a Justiça ordenou no fim da tarde da última terça-feira (30) que o Hospital Frei Galvão retome os atendimentos aos pacientes com suspeita ou que testaram positivo para Covid-19. O serviço havia sido suspenso pela unidade privada na última segunda-feira (29), com a justificativa de falta de medicamentos para a sedação de novos pacientes.

Em caráter liminar, a decisão judicial atendeu a solicitação do prefeito, Marcus Soliva (PSC), que alegou que a interrupção no Pronto Socorro respiratório do Frei Galvão, impactou, em apenas um dia, num aumento de 30% na demanda de pacientes na rede pública de Saúde. Além da unidade particular, o município conta com atendimento no Hospital de campanha e na Santa Casa.

Diante a determinação da Justiça, que prevê uma multa diária de R$ 10 mil em caso de desobediência, o Frei Galvão retomou os atendimentos às vítimas da pandemia durante o fim da noite da última terça-feira.

Em nota oficial, a direção do Frei Galvão reforçou na manhã desta quarta-feira (31) que a suspensão do serviço na última segunda-feira foi motivada pela falta de insumos, que, apesar de já pagos aos fornecedores, ainda não tem previsão de chegada. Diante deste cenário, a medida buscou garantir a manutenção da assistência plena aos pacientes já internados em sua UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e setor clínico.

O hospital lamentou que o Executivo tenha acionado à Justiça, de certa forma tentando denegrir sua imagem, a colocando numa situação de descaso para com a população.

Segundo o documento, teria sido mais proveitoso que a Prefeitura estivesse “buscando o fornecimento dos equipamentos e medicamentos necessários para que o hospital pudesse, assim como os demais instalados no município, prestar a devida assistência de saúde à população (trecho da nota)”.

O Frei Galvão solicitou ainda que, devido à delicada situação enfrentada pela unidade em meio ao avanço da pandemia, os moradores de Guará e região com dificuldades respiratórias busquem atendimento médico em outros hospitais conveniados.

A reportagem do Jornal Atos solicitou ao Frei Galvão informações sobre a atual taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19, mas a unidade preferiu não responder.

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura de Guará no fim da tarde da última quarta-feira (31), a cidade contabiliza desde o início da pandemia 8585 infectados, sendo 151 mortos, 691 recuperados, 2.309 em isolamento domiciliar e 34 internados (21 em UTI e 13 na enfermaria).

O informativo revelou ainda que a taxa total de ocupação de leitos de UTI, somando os das redes pública e privada, é de 89,5%. Já a de enfermaria atinge 70,7%.

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