Câmara salva Max de investigação sobre carona e almoço com verba legislativa

Por 8 votos a 4, vareadores barram abertura de processante; parlamentar é acusado de transportar ex-vereador em carro da Casa

Foco de denúncia, Max posa ao lado de Nenê do São João e Carlinhos da Saúde; processante arquivada (Foto: Arquivo Atos)

Da Redação
Cachoeira Paulista 

A sessão polêmica da Câmara de Cachoeira Paulista na última terça-feira (2) foi marcada por pedidos de processos barrados. O de maior destaque ficou por conta da acusação contra o vereador Max Barros (DEM), pelo suposto uso indevido do carro oficial e de recursos do Legislativo. A solicitação de uma comissão processante foi rejeitada, mesmo com apresentação de gastos e confirmação de testemunha.

O parlamentar é acusado de levar o ex-vereador, Breno Anaya (PSC), no veículo cedido pela câmara cachoeirense para viagem até a Assembleia Legislativa, em São Paulo, no último dia 20.

Protocolado pela agente comunitária de saúde e estudante de direito, Letícia Salles, 31 anos, o pedido de abertura da processante denuncia que Max deu uma “carona” para Anaya até a capital paulista, o que caracterizaria utilização imprópria do veículo oficial, ao transportar terceiros.

O documento ressalta que a acusação pode ser comprovada, facilmente, pela Câmara através de depoimento do motorista da Casa, popularmente conhecido como ‘Seninha’, que teria confirmado a passagem pela casa de Anaya.

De acordo com Letícia, Max pode ter cometido outra ilegalidade durante a viagem, também passível de cassação de seu mandato, ao utilizar recursos legislativos para pagar um rodízio de churrascos ao ex-vereador. O consumo na Master Churrascaria, no bairro da Lapa.

Nota fiscal comprovando os gastos com as refeições (Foto: Reprodução)

A moradora anexou ao documento uma nota fiscal do estabelecimento no valor de R$ 222. “Cabe mencionar que em rápida pesquisa no site da referida churrascaria, assim como em ligação ao estabelecimento comercial, o valor do rodízio de churrasco para o jantar, por pessoa, é de R$ 52,90, o que daria um total de R$ 105,80 se fosse somente duas pessoas, no caso Max e o motorista (trecho do documento)”.

Colocada em votação, a solicitação de instauração da comissão processante foi rejeitada por 8 votos a 4.

Além do presidente da Câmara, Rodolpho Borges, o Rodolpho Veterinário (REDE), foram favoráveis ao pedido da moradora apenas os vereadores: Adriana Vieira (PTB), Djalcyr Fonseca, o Dil (PSD) e Thálitha Barboza (PT).

Já os parlamentares que ficaram ao lado de Max foram: Agenor Silva, o Agenor do Todico (PL), Angela Orosco, a Ângela Protetora (MDB), Felipe Cabral, o Felipe Piscina (DEM), José Carlos da Silva, o Carlinhos da Saúde (PSD), Luiz Gonzaga, o Brejão (PSC), Leonardo Guimarães, o Léo Fenix (PSB) e Rogéria Lucas (PODE).

Mesmo com o arquivamento, a denúncia foi encaminhada por Letícia ao Ministério Público.

Outro lado – A reportagem do Jornal Atos procurou Max e solicitou à assessoria do vereador um posicionamento sobre a acusação, mas nenhuma resposta foi encaminhada até o fechamento desta edição. O Atos procurou também o ex-vereador, Breno Anaya, mas ele não retornou o contato.

Minutos após presenciar a rejeição do pedido de abertura da comissão processante, Max utilizou a tribuna para negar que gastou R$ 222 na churrascaria, mas não comentou a denúncia de ter levado Anaya para a viagem à capital paulista.

 

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