Funcionários da Santa Casa voltam a protestar por atrasos

Trabalhadores cobram 13º e pagamento dos salários atrasados na instituição em Aparecida

Funcionárias da Santa Casa protestam contra atrasos em salários e direitos trabalhistas; movimento passou pelo hospital e Prefeitura (Foto: Rafael Rodrigues)
Funcionárias da Santa Casa protestam contra atrasos em salários e direitos trabalhistas; movimento passou pelo hospital e Prefeitura (Foto: Rafael Rodrigues)

Rafael Rodrigues
Aparecida

Funcionários da Santa Casa de Aparecida saíram pelas ruas da cidade na manhã desta última terça-feira para manifestarem contra a direção da entidade. Cerca de quarenta trabalhadores reuniram-se na porta do hospital com faixas e apitos para reivindicar o pagamento do 13º salário, e também o fim dos constantes atrasos dos vencimentos. O ato foi decidido em assembleia realizada entre a categoria, que optou por uma manifestação antes de deflagrar greve.

Após o encontro entre os manifestantes, eles seguiram pelas ruas centrais de Aparecida até a Prefeitura, onde realizaram uma parada para mostrar a revolta com a situação.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de São José dos Campos e Região, Martinho Luiz, o número de manifestantes foi baixo, mas não deixou de mostrar a indignação com a crise estabelecida na Santa Casa. “Estamos com um efetivo ainda pouco tímido, mas não poderíamos deixar de ir às ruas e mostrar essa triste realidade dos funcionários que não tem o décimo terceiro salário e ainda sofrem com as condições de trabalho oferecidas pela empresa”, destacou o sindicalista.

Um dos problemas que tem gerado a insatisfação dos funcionários da Santa Casa é o atraso constante nos pagamentos. “As contas não esperam e acabam sendo pagas com juros. Vamos buscar na Justiça a correção salarial para melhorar a vida dos trabalhadores”.

O técnico em enfermagem Rogério Candido de Abreu, que há três anos trabalha na entidade, confirmou as dificuldades enfrentadas com toda essa situação. “A gente passar uma situação dessas é triste. Em nenhum momento deixamos de prestar atendimento, fizemos nossa parte, sempre pediram compreensão e tivemos, mas agora pedimos a colaboração, porque temos família e esses atrasos estão nos prejudicando”.

Para a técnica de enfermagem Judith Gomes, funcionária com dez anos de carreira, a situação se agrava com a falta de diálogo. “Eles falam que devem e quando puder vão acertar, mas as contas não esperam. O trabalhador espera o ano inteiro pelo décimo terceiro para colocar as contas em dia, e o ano virou e estamos nessa situação”.

Para o sindicalista, a falta de diálogo, assim como a pressão exercida pela entidade sobre os funcionários deve terminar. “Teriam que ter um diálogo aberto com os trabalhadores, principalmente sobre o atraso dos salários, por isso temos que ir para rua. Até porque a empresa está coagindo o trabalhador”.

Ao longo de 2016, a alegação da Santa Casa para crise instalada se devia à falta de pagamento da Prefeitura para manter o funcionamento do Pronto Atendimento, mas a atual administração divulgou na semana passada que o repasse já foi efetuado pela Prefeitura, que estaria “rigorosamente em dia com suas obrigações junto à instituição”.

De acordo com a nota, “o contrato celebrado entre a Prefeitura e os administradores da Santa Casa prevê um repasse mensal para o Pronto Atendimento no valor de R$360 mil mensais”. A Prefeitura fez questão ainda de explicar que a responsabilidade do Município é exclusivamente com o Pronto Atendimento, e que o Estado é responsável pela Santa Casa.

O administrador da Santa Casa, Frei Daniel Kurt foi procurado pela reportagem, mas alegou que não poderia se manifestar pois estava em reunião fora da cidade.

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