Região tem expectativa de queda nas vendas de Natal, mas espera contratações

Crise econômica afeta abertura de postos temporários; comerciantes apostam em promoções para driblar pessimismo

Comerciário atende em loja de Lorena; setor espera leve crescimento para período natalino, em meio à crise que afetou vendas nos últimos anos (Foto: Lucas Barbosa)
Comerciário atende em loja de Lorena; setor espera leve crescimento para período natalino, em meio à crise que afetou vendas nos últimos anos (Foto: Lucas Barbosa)

Lucas Barbosa
Regional

Com o cenário econômico de incertezas no País, o comércio tenta encontrar alternativas para evitar que as vendas de Natal não sejam um fracasso neste fim de ano. Os comerciantes da região acreditam que registrarão quedas nos lucros e no número de contratações temporárias, comparado aos anos anteriores.

Proprietária de uma loja de vestuário em Lorena há mais de cinquenta anos, a comerciante Francisca Inácia Souza, 73 anos, vem “quebrando a cabeça” para tentar garantir que as vendas de Natal, considerada a data mais importante do comércio nacional, não seja marcada por baixas nas vendas e prejuízos. Além de propagandas nas redes sociais, a comerciante realizou na última semana um “saldão de ofertas” para garantir que a loja conseguisse eliminar parte do estoque de roupas e acessórios, que será renovado nas próximas semanas para o Natal. “Nossa expectativa de vendas para o Natal é bem fraca. Por causa da crise, os clientes estão deixando de consumir como antigamente e com isso eu também não vou contratar nenhum funcionário temporário. Meus filhos são donos de outras três lojas no Centro de Lorena e também acreditam que as vendas cairão muito”, lamentou.

Apesar da expectativa de crescimento, a preocupação deve gerar baixa nas contratações. O gerente de uma loja de vestuário em Lorena, José Luiz de Morais, 28 anos, também acredita que as vendas de Natal serão impactadas pela crise que o País enfrenta, mas lamentou o fato da loja decidir não abrir vagas temporárias. “Para mim, que comecei como funcionário temporário, é motivo de muita tristeza não poder dar a mesma oportunidade para outras pessoas. Atualmente, não podemos contratar ninguém porque a expectativa de vendas para o Natal é baixíssima”.

O presidente do Sincomerciários de Lorena, Luiz Alfredo Pereira, também apontou que o Natal deste ano promete ser preocupante para o comércio. “Não posso dar uma porcentagem, mas certamente o número de contratações temporárias será muito abaixo do que nos últimos anos. Estou mantendo contato com as principais lojas da cidade, e até o momento nenhuma anunciou que abrirá contratação”.

Não é só o comércio de Lorena que está pessimista sobre o Natal. Segundo o presidente do Sincomércio de Pindamonhangaba, Antônio Cozzi, a cidade registrará uma forte queda no número de empregos temporários para o fim de ano. “Em 2015, tivemos cerca de 2,5 mil contratações temporárias, sendo que 10% foram efetivados, enquanto neste ano o número deve chegar no máximo em mil admissões. Esse momento de crise acabou obrigando os consumidores a cortarem gastos, o que acaba afetando muito o comércio”.

Na contramão dos representantes das associações comerciais da região, o presidente da Aceg (Associação Comercial de Guaratinguetá), Alexandre Dias, afirmou que não acredita em uma redução de gastos em comparação com o mesmo período de 2015, já que a situação econômica do País hoje é melhor do que no ano passado.

Nas contratações, Dias também é otimista. “Não há uma estimativa de quantos empregos temporários serão gerados no comércio, todavia, acreditamos que serão geradas novas oportunidades de trabalho temporário. Afinal, nos últimos quatro meses, houve uma estabilidade econômica, e consequentemente um aumento na confiança dos empresários que devem apostar nas vendas de Natal”.

O Jornal Atos solicitou um posicionamento da Acial (Associação e Industrial de Lorena) e da Associação Comercial de Cruzeiro, mas até o fechamento desta edição não houve retorno.

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