Medo da febre amarela e novos surtos da dengue leva região a intensificar combate ao Aedes aegypti

Procura por vacinas triplica mesmo em cidades que não têm focos; conscientização tenta impedir avanço das doenças

Agentes vistoriam residências e conscientizam moradores sobre a importância de combater o Aedes aegypti (Foto: Arquivo Atos)
Agentes vistoriam residências e conscientizam moradores sobre a importância de combater o Aedes aegypti; cidades intensificam ação contra o mosquito (Foto: Arquivo Atos)

Rafaela Lourenço
Região

Cidades da região intensificaram o combate contra o mosquito transmissor da dengue, zika vírus, febre chikungunya e agora a febre amarela. Não há registros da última na região, mas os casos de Minas Gerais têm gerado tumulto em cidades do Vale.

Segundo o Ministério da Saúde a febre chikungunya deve ser a doença com maior probabilidade de aumento no País. Já os casos de dengue e zika vírus se manterão estáveis. Em 2017, são três casos suspeitos de chikungunya em Taubaté, enquanto Lorena teve um caso confirmado no início de janeiro. Guaratinguetá tem três casos positivos de dengue, sendo dois importados e um autóctone. Há também um caso suspeito de chikungunya aguardando resultado laboratorial.

Os registro de febre amarela em Minas Gerais despertaram uma série de dúvidas sobre a doença, levando a população à procura de vacinação nos postos de saúde. Em Pindamonhangaba, a procura desenfreada pela vacina teve um grande aumento.

Antes dos surtos, a quantidade média era de cinquenta doses mensais, e na última semana os registros marcaram a saída de até setenta doses por dia. De acordo com a enfermeira da Vigilância Epidemiológica e Imunização de Guaratinguetá, Regina Maria Ferreira, o município recebe a quantidade necessária para atender a demanda, porém, moradores de Aparecida, Lorena Cunha e Cruzeiro estão procurando o AME (Ambulatório Médico de Especialidades) pedindo a vacinação por falta do medicamento em suas cidades.

“Orientamos que é uma vacina que pode apresentar efeitos colaterais, que tem os públicos específicos e que não estamos em área endêmica, mas eles alegam que irão viajar para estas áreas e nós, não podemos negar”, comentou. Em Guaratinguetá, a saída tem registrado de 80 a 90 doses por período, só na última terça-feira foram 110 doses apenas no período da manhã.

Lorena mais que triplicou o número de vacinações contra a febre amarela. A gerente da Vigilância Coletiva, Helen Colino, destacou que a procura pela vacina na cidade antes não chegava a cinquenta doses mensais, mas saltou para quase trezentas vacinações neste mês.
Helen disse ainda que a cidade nunca sofreu com a falta de vacinas. “O que acontece é que disponibilizamos a vacina apenas na segundas e quintas-feiras, talvez essas pessoas tenham ido até Guará em outro dia da semana”.

Canas e Piquete não receberam a vacina contra a febre amarela, tornando Lorena como referência para a vacinação. Cunha também está na lista de cidades que não oferecem este tipo de vacina, e a referência fica por conta de Guaratinguetá.

Na luta – A partir da próxima segunda-feira, 15 homens do 5º BIL (Batalhão de Infantaria Leve) estarão nas ruas de Lorena reforçando o trabalho de conscientização e inspeção de residências, até o dia 28 de abril, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h. De acordo com o educador de saúde da Vigilância Epidemiológica, Davi Quadros, uma fêmea do Aedes vive até sessenta dias, e caso esteja carregando um vírus, é capaz de infectar até trezentas pessoas. “Precisamos muito da colaboração da população, pois a única e melhor prevenção contra a dengue, chikungunya, zika vírus e agora a possível febre amarela urbana, é o combate do mosquito transmissor”, frisou.

Além das equipes que passam pelas casas e do trabalho de conscientização nas escolas, Guaratinguetá conta com um projeto itinerante que passará por análise. Segundo o veterinário da Vigilância e Saúde, Felipe Guedes, o órgão iniciou nesta semana a convocação de 19 agentes de endemia, podendo chegar a aproximadamente 45 funcionários.

“Na última quinta-feira, os agentes receberam um treinamento a fim de capacitá-los a tirar todas as dúvidas da população, inclusive sobre a febre amarela. Este é um assunto de saúde pública, e a população precisa saber sobre o que acontece”, comentou.

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