Depois de Pinda, Doria ordena fechamento do IML de Ubatuba
Sato tem reunião com Estado para reverter decisão; demanda é transferida para Caraguá
Lucas Barbosa
Ubatuba
Pouco mais de um mês após o governador João Doria (PSDB) determinar o fechamento do IML (Instituto Médico Legal) de Pindamonhangaba, na última semana foi a vez da unidade de Ubatuba ter suas portas fechadas. Criticada pelo prefeito Délcio Sato (PSD), a medida obrigará os moradores da cidade litorânea a se deslocarem mais de cinquenta quilômetros para terem acesso ao serviço em Caraguatatuba.
Alegando que a ação faz parte de um processo de reorganização das atividades do IML e do Instituto de Criminalística de São Paulo, o Estado publicou, no Diário Oficial do último dia 5, o comunicado sobre a desativação do aparelho público em Ubatuba. Apesar do pedido da Prefeitura para que o ato fosse revisto por Doria, a unidade foi fechada na manhã da última quarta-feira.
Em nota oficial, a Prefeitura revelou que acredita que a decisão foi motivada também pela falta de médicos legistas concursados no Estado.
O Executivo explicou que Sato se reunirá na próxima terça-feira com o secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, Marco Vinholi, para ressaltar a necessidade de que o município volte a contar com o serviço.
A atual gestão municipal ressaltou que nos últimos três anos conseguiu garantir o funcionamento do IML investindo recursos próprios para os pagamentos do aluguel do prédio e despesas com energia elétrica, telefone e água.
Enquanto a Prefeitura tenta convencer Doria a voltar atrás, os moradores de Ubatuba deverão recorrer ao IML de Caraguatatuba para terem acesso a exames de corpo delito (procedimento que detecta lesões) e dar prosseguimento nos trâmites burocráticos relacionados a mortes violentas de parentes.
Pinda – Publicada pela secretaria de Segurança Pública no Diário Oficial, no último dia 6, o parecer do governador determinou que o IML de Pindamonhangaba fechasse suas portas no último dia 10. Segundo o Estado, a iniciativa foi motivada pela baixa demanda de serviços na unidade, que nos últimos anos registrou uma média de menos de uma necropsia (exame que determina a causa da morte) diária. Desde então, a demanda da cidade foi absorvida pelo IML de Taubaté.
Descontente com o ato, o prefeito Isael Domingues (PL) não poupou críticas à decisão, afirmando que estuda recorrer até mesmo à Justiça para reverter o caso.
Procurada pela reportagem do Jornal Atos na manhã da última sexta-feira, a Prefeitura de Pindamonhangaba informou que o município solicitou recentemente uma reunião com o secretário de Segurança Pública do Estado, general João Camilo Pires, mas até o momento o encontro não foi agendado.