Polícia apura denúncia sobre possível estupro em escola de Guaratinguetá
Mãe de garota de oito anos procurou delegacia após filha relatar ter sido molestada; Educação nega contato de funcionário com alunos
Leandro Oliveira
Guaratinguetá
A mãe de uma aluna da Escola Municipal Maria Júlia, de Guaratinguetá, abriu um boletim de ocorrência, sob alegação de que sua filha teria sido molestada dentro da escola. Cristiane de Oliveira Menezes, mãe da menor de oito anos, afirmou que a filha contou ter sofrido um abuso no fim de março.
A mulher procurou a Polícia Civil no último dia 2, no 3º Distrito Policial. Como o caso tem o envolvimento de um menor de idade, a investigação foi transferida para a Delegacia da Mulher, que instaurou inquérito para apurar o ocorrido, que se confirmado, pode configurar estupro de vulnerável.
Segundo a mãe, a garota chegou em casa e contou que um funcionário da escola teria “passado a mão nela, no pátio, perto do elevador”, durante o intervalo. Questionada sobre a data do ocorrido, Cristiane respondeu ter sido na semana do dia 24. Mas no boletim de ocorrência consta que o dia informado foi 20 de março. Antes de contar para a mãe, a garota teria informado um outro funcionário da escola sobre o ocorrido. Em seguida, ela comunicou à direção. “Eles (diretoria) não me avisaram nada”, ressaltou Cristiane.
Após ter procurado a delegacia para elaborar o boletim de ocorrência, Cristiane foi até a secretaria de Educação. Segundo a mãe, ela foi questionada se teria assinado algum relatório fornecido pela direção da escola Maria Júlia. “Me perguntaram se foi feito um relatório, se chamaram o rapaz (acusado) e eu. Respondi que não me deram nada. Que só foi pedido que o pessoal ficasse de olho nele. Mas hoje (quinta-feira) ela (diretora da escola) me ligou várias vezes”, concluiu.
Resposta – Procurada para responder, a secretaria municipal de Educação de Guaratinguetá informou que assim que tomou conhecimento do fato, tomou todos os cuidados necessários. “Inclusive, o funcionário foi transferido preventivamente da escola para outro local para atuar com serviços internos durante o período de investigações”, destacou nota da Educação.
Ainda segundo o comunicado, a escola registrou o fato assim que foi informada pela aluna e seus familiares. “O local possui mais de quarenta câmeras de segurança e todas as imagens deste período citado na denúncia foram analisadas pela direção. Não foi constatado nas imagens nenhum contato do funcionário com alunos”.
A secretaria de Educação se colocou à disposição para auxiliar as autoridades durante as investigações. No encerramento da nota, o comunicado justifica a ausência de entrevista, alegando ter cuidado de “preservar os envolvidos”. “Se houver comprovação dos fatos, a secretaria imediatamente tomará as medidas cabíveis”.
Polícia Civil – Um inquérito será aberto para apurar a denúncia de estupro de vulnerável, o que não havia acontecido até o fechamento desta matéria. O documento permanece sob análise da Delegacia da Mulher de Guaratinguetá.