Moradores de Cruzeiro acusam fábrica de descartar produtos químicos em córrego

Cheiro forte causa problemas de saúde; ação é apontada como possível causa de morte de animais

Rio do bairro da Vila Brasil é um dos pontos que estariam sendo afetados por despejo de produtos químicos; moradores cobram fiscalização (Foto: Maria Fernanda Rezende)
Rio do bairro da Vila Brasil é um dos pontos que estariam sendo afetados por despejo de produtos químicos; moradores cobram fiscalização (Foto: Maria Fernanda Rezende)

Maria Fernanda Rezende
Cruzeiro

Moradores do Pontilhão e Vila Brasil, em Cruzeiro, sofrem há pelo menos dois meses com o forte cheiro de produtos químicos que exalam da rede de esgoto e do córrego que corta os bairros. A empresa Finquímica é apontada como causadora desse transtorno que, além do prejuízo ambiental, também afeta a saúde das pessoas.

Da ponte localizada à rua Jandira Tomás, no Pontilhão, é possível ver a espuma amarelada que se forma no córrego com o movimento da água. O mal cheiro se intensifica durante a noite que, de acordo com os moradores, é a hora em que a empresa libera os resíduos químicos.

A dona de casa Marli Oliveira disse que em determinadas horas do dia a casa precisa ficar toda fechada e os ralos tampados para que o cheiro que vem da rua e da rede de esgoto incomode menos. “No começo, achamos até que era algum animal morto aqui perto, depois que percebemos que era em todo lugar que o rio passava e o cheiro vinha dos ralos também”.

A Finquímica é uma empresa de produtos químicos usados nas indústrias cosméticas, farmacêutica, alimentícia e de tratamento de água. Para cada um desses setores são várias composições químicas que a fábrica produz.

Para a dona de casa Maria Nogueira, o suposto descarte inadequado desses produtos é o que vem causando prejuízos ao pasto e aos animais que ficam nos arredores do córrego. “Isso matou uma vaca que bebeu água ali. Estão tirando os cavalos para deixarem em outro lugar, senão vão morrer também”, relatou.

Maria contou ainda que na casa de sua irmã o problema é maior. Depois de cerca de dois meses inalando esse cheiro forte, a mulher apresentou um quadro de crise alérgica, com tosse e dificuldade ao respirar.

Os moradores afirmam já terem entrado em contato com a empresa e Prefeitura, mas não obtiveram retorno. Procuradas pela reportagem do Jornal Atos, Finquímica e Prefeitura não responderam até o fechamento dessa edição.

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