Para acelerar atendimento, Roseira adere a programa de telemedicina do Estado
Por meio de sistema online, pacientes que moram no Barretinho são atendidos por profissionais do Hospital das Clínicas de São Paulo
Andréa Moroni
Roseira
Roseira é um dos primeiros municípios da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte) a aderir ao PD&I Saúde Digital (Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Digital) do Governo do Estado. Na cidade, o trabalho beneficia pacientes da unidade de saúde do Barretinho.
Os municípios participam do modelo de TeleAPS (Tele Atenção Primária em Saúde), que permite atendimento multiprofissional remoto a pacientes de Unidades Básicas de Saúde e dos programas ESF (Estratégia de Saúde da Família), por meio de teleconsultas e agendamentos online de exames.
A ação conta com parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e tem a adesão de trinta cidades paulistas. Os teleatendimentos são geridos e monitorados por meio do Centro Líder de Inovação em Saúde Digital do Estado, na capital paulista.
Por meio do TeleAPS, o paciente procura uma UBS (Unidade Básica de Saúde), com ou sem agendamento e, após triagem, é encaminhado para uma sala de teleatendimento para consulta com um profissional especializado em Medicina de Família e Comunidade ligado ao Hospital das Clínicas. Após a consulta, o profissional da UBS orienta o paciente sobre os próximos atendimentos, se necessário, medicamentos e entrega de documentos.
“Possibilitar o acesso da população a serviços qualificados, contemplando a atenção básica, especializada e de alta complexidade é tão relevante quanto usar as informações para apoiar as tomadas de decisão e construir políticas públicas. Nosso grande objetivo é uma saúde digital inclusiva e acessível para todos”, contou a coordenadora de Saúde Digital da Secretaria Estadual de Saúde, Maria Cristina Balestrin.
Em Roseira, na primeira etapa, a UBS atendida é a do Barretinho. Segundo a coordenadora da Atenção Básica, Caroline Serafim de Oliveira, “a cidade conta com quatro unidades de Estratégias de Saúde da Família e fomos responsáveis em escolher uma unidade para que o programa aconteça”.
Caroline explicou que o programa começou com dois dias de atendimentos remotos, que agora foi ampliado para três dias. “A médica da telemedicina tem sua agenda própria e nesse mês estaremos realizando os atendimentos remotos domiciliares, onde o agente levará até o domicilio do paciente o tablet onde ocorrerá a vídeo chamada. O atendimento ocorrerá na unidade quando o paciente pode ir até ela e domiciliar para os acamados, que já foram previamente classificados quanto ao seu grau de dependência”.
A coordenadora revelou que na implantação da telemedicina houve aumento do absenteísmo (ausência do paciente na consulta ou exame) na unidade de saúde. “A população ainda tem em mente que tem que ver o médico ali, mas estamos contornando completamente essa situação, classificando adequadamente os pacientes e com isso melhora a adesão, pois cai o estigma que só tem que ir ao médico quando está doente”, frisou. A ESF desenvolve ainda a Promoção e Prevenção à Saúde, com promessa de acesso mais fácil e rápido. “Temos caso até dos pacientes solicitarem que querem passar com o ‘médico do computador’”, contou a coordenadora.