Sem vestígios de Marco Aurélio, Polícia Civil encerra escavações no Pico dos Marins
Mesmo com operação frustrada, inquérito continua aberto na delegacia de Piquete; investigações continuam, 37 anos após desaparecimento
Gabriel Mota
Piquete
Após mais de seis horas de trabalho, a Polícia Civil de Piquete encerrou as escavações na base do Pico dos Marins na última quarta-feira (16). Dois locais foram avaliados e nada foi encontrado, frustrando as expectativas por respostas do Caso Marco Aurélio. As investigações continuam.
A operação comandada pela Civil, contou com peritos e um cão farejador da Polícia Científica, além de funcionários e maquinário da Prefeitura de Piquete. Os dois pontos, já delimitados desde o ano passado, foram apontados durante os relatos de testemunhas que afirmam ter visto algo semelhante a uma cova nas imediações. Depoimentos que, inclusive, motivaram a reabertura do inquérito em 2021.
Na ação desta semana, no primeiro trecho aberto, nada foi encontrado pela equipe. No segundo ponto demarcado, o cão farejador manifestou a presença de algum composto orgânico após as primeiras pás de terra serem retiradas pela retroescavadeira. A área de busca foi ampliada, mas nada foi encontrado, apenas uma pequena amostra com material similar a alguns fios, que será analisada pela perícia, mesmo sem gerar grandes expectativas.
“O perito apreendeu aqui um objeto parecido com um cabelo, mas talvez não seja cabelo, talvez sejam raízes. Ele vai ver melhor o que é, no Instituto de Criminalística, e nos dá a informação”, explicou o delegado da Polícia Civil de Piquete, responsável pelo caso, Fábio Cabett.
A escavação no local já estava prevista desde julho de 2021, com a reabertura do inquérito. O longo intervalo de tempo foi consequência da necessidade por uma série de autorizações devido ao fato de se tratar de uma área de preservação ambiental. No ano passado, a casa, que também fica na base do Pico dos Marins, foi investigada com uma ação similar no concreto da parte interna, mas nada foi encontrado. Por isso, o delegado Cabett, afirma que esse trabalho de campo foi finalizado.
“Da minha parte encerra aqui! Todas as informações nós checamos: atrás da casa, dez dias depois da primeira escavação, tudo com a perícia e a ajuda da Prefeitura, e fizemos hoje essas duas escavações” justificou o responsável pelo caso.
Ele disse ainda que a análise dos peritos pontua que “é muito difícil achar uma ossada com mais de cinco anos. Em quarenta anos, só se acharia a parte de cima, a mandíbula ou a arcada dentária. Segundo até os peritos aqui, em comum acordo, acho que não tem mais o que fazer”