Peritos descartam que osso encontrado em Piquete é de escoteiro Marco Aurélio

Família aguarda respostas sobre desaparecimento desde 1985; Polícia Civil planeja nova escavação próxima ao Pico dos Marins

Local onde a Polícia Civil realizou investigações do caso Marco Aurélio; ossada encontrada não corresponde ao escoteiro (Foto: Gabariel Mota)

Lucas Barbosa
Piquete

Frustrando a família do escoteiro Marco Aurélio Simon, desaparecido há 36 anos em Piquete, um relatório da equipe de perícia da Polícia Civil descartou, na última segunda-feira (13), a possibilidade que fosse dele um fragmento de osso encontrado, recentemente, na base do Pico dos Marins.

A Polícia planeja escavar uma nova área, próxima ao ponto turístico.

De acordo com a análise de peritos, era de animal (um cão ou gato) o fragmento coletado durante uma escavação no fim de julho no “pé” do Pico dos Marins, onde Marco Aurélio, que tinha 15 anos na época, e outros quatro escoteiros acamparam em 1985.

A escavação foi iniciada após a Justiça ordenar a reabertura do caso em 15 de julho, atendendo ao pedido do delegado Fábio Cabett. Na ocasião, Cabett informou ao Judiciário que foi procurado pelo pai de Marco Aurélio, o jornalista Ivo Simon, 82 anos, que afirmou ter novas informações que poderiam ajudar na investigação. A principal delas era a hipótese levantada pela filha de um morador da região do Pico dos Marins, Afonso Xavier, falecido em 1997, de que talvez o escoteiro tivesse sido assassinado e enterrado em um terreno próximo ao local do acampamento, onde hoje fica uma pequena casa da família Xavier. Ela contou ter visto uma cova no local em 1989, quatro anos após o desaparecimento do adolescente.

A Polícia Civil realizou uma escavação no piso do imóvel da família Xavier em 30 de julho, mas nada foi encontrado.

Segundo a corporação, está prevista uma nova escavação em uma Área de Preservação Ambiental, que fica num trecho de mata a cerca de duzentos metros da propriedade de Xavier. Ainda não há uma data estipulada para a sequência das buscas, já que aguarda a autorização de órgãos ambientais.

A outra linha de investigação da Polícia Civil analisa a hipótese de Marco Aurélio estar vivo, com base em uma projeção feita a partir de uma foto de Marco Antônio, irmão gêmeo univitelino do escoteiro. A corporação aguarda o retorno de ofícios enviados a órgãos de Taubaté, onde há relatos de reconhecimento de um homem, em situação de rua, com feições semelhantes à da imagem apontada como o possível “Marco Aurélio adulto”.

Mistério – Acompanhado de outros quatro adolescentes e um adulto, Marco Aurélio iniciou a subida ao Pico dos Marins, no dia 8 de junho de 1985. A excursão foi interrompida quando um dos menores de idade machucou a perna e não pôde mais andar. O adulto e líder da equipe solicitou a Marco Aurélio que fosse à frente, abrindo caminho em meio às trilhas, para facilitar a passagem dos demais na volta à base, onde estavam acampados.

Após ficar perdido durante a madrugada, o grupo conseguiu chegar ao acampamento pela manhã, mas não encontrou Marco Aurélio.

Na época, o desaparecimento do escoteiro mobilizou equipes da aeronáutica, alpinistas, mateiros, policiais, especialistas em resgate e voluntários. Após 28 dias, as buscas foram encerradas sem nenhum vestígio do adolescente. A falta de indícios levou à Polícia Civil encerrar o caso em 1990.

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