Universitárias acusam Dr. Rey de assédio durante evento em Lorena

Unifatea cancela palestra do cirurgião plástico; pena pode chegar a um ano de prisão

O cirurgião plástico e candidato Dr. Rey, acusado por assédio em Lorena (Foto: Reprodução)
O cirurgião plástico e candidato Dr. Rey, acusado por assédio em Lorena (Foto: Reprodução)

Lucas Barbosa
Lorena

Convidado a conceder uma palestra no Unifatea (Centro Universitário Teresa D’Ávila), em Lorena, o cirurgião plástico e candidato a deputado federal Roberto Miguel Rey, o Dr. Rey (PRB,) foi acusado de assediar duas estudantes na tarde da última segunda-feira. Uma das universitárias afirmou à Polícia Civil que foi agarrada e beijada pelo médico.

De acordo com o boletim de ocorrência, Dr. Rey palestraria sobre estética e comunicação em um evento que seria realizado à noite no Unifatea.

Para divulgar a ocasião, ele foi convidado a participar de uma entrevista na rádio educativa da faculdade, a Inova FM. Ao chegar no estúdio, por volta das 16h, o convidado foi apresentado à uma universitária de 19 anos, que atua como estagiária na emissora.

A estudante do curso de Rádio, TV e Internet afirmou à Polícia que enquanto conversava com o cirurgião plástico, por diversas vezes ele se aproximou muito de seu rosto. Antes da entrevista, Dr. Rey foi convidado para uma fotografia em frente a um banner da Inova FM. Mesmo se negando a aparecer na imagem, a estagiária teria sido puxada por ele.

Ainda de acordo com a acusação, ele, se aproveitando do momento em que pousavam para a câmera, teria acariciado o cabelo da vítima, descido a mão até a cintura e depois na altura do bolso traseiro da calça dela, próximo às nádegas. Antes de se dirigir ao microfone, o acusado teria tocado nas pernas e proferido palavras constrangedoras à jovem. O conteúdo da fala não foi divulgado pela Polícia Civil.

Cerca de meia hora depois, outra universitária teria sido alvo de assédio de Dr. Rey. Segundo o depoimento da vítima, que cursa jornalismo e não teve a idade divulgada, ela e outro colega se preparavam para entrevistar o cirurgião plástico, que deixava o estúdio de rádio, quando inesperadamente ele a agarrou pela cintura e beijou sua boca. Mesmo após afirmar que era casada, a estudante teria sido forçada por Dr. Rey a posar para uma foto.

Após ser comunicada pelas alunas sobre os casos, a direção do Unifatea cancelou a palestra.

Em sua página oficial no Facebook, a faculdade publicou um comunicado, por volta das 20h, da última segunda-feira, afirmando que o cancelamento do evento ocorreu por motivos administrativos. A justificativa revoltou diversos alunos e ex-alunos, que durante a semana cobraram pelas redes sociais um posicionamento da instituição diante às denúncias de assédio.

Já no inicio da tarde última quinta-feira, o Unifatea publicou uma nota de repúdio na internet. Segundo a mensagem, a instituição só teve neste dia o acesso às informações sobre o registro dos boletins de ocorrência.

De acordo com a nota, a faculdade “repudia qualquer ato que contrarie os princípios éticos e morais defendidos pela instituição (trecho da nota)”.

Apesar de não citar o nome de Dr. Rey e detalhes do caso, o documento ressalta que as alunas estão recebendo apoio irrestrito.

Em resposta às críticas sobre a demora em se posicionar, o centro universitário justificou que não se pronunciou anteriormente por respeito e preservação das alunas. A nota frisa ainda que “em nenhum momento o Unifatea se omitiu, apenas esperou que os procedimentos legais se iniciassem, a fim de evitar qualquer apontamento prematuro, bem como comentários pejorativos e degradantes em desfavor das alunas como constados em publicações da mídia”.

Segundo a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Lorena, os casos foram registrados como importunação ofensiva ao pudor.

Caso os crimes sejam comprovados, o acusado poderá cumprir uma pena de três meses a um ano de prisão.

Outro lado – Através de e-mails e mensagens na página oficial de Dr. Rey no Facebook, a reportagem do reportagem do Jornal Atos solicitou um posicionamento do acusado sobre o caso, mas nenhuma resposta foi encaminhada até o fechamento desta edição.

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